Joelma está de volta com pose e atitude de super-mulher. Após 15 anos de estrada com a extinta banda Calypso, a cantora paraense ganhou os contornos de uma heroína em seu 1º trabalho da carreira solo, o CD “Joelma”. A arte –que ilustra todo o encarte– é de autoria de um conterrâneo, o quadrinista Carlos Paul.
“Ficou lindo, quem dera ter todos esses músculos”, brinca a cantora sobre a “Super Joelma” em uma conversa com a reportagem do UOL horas antes de sua estreia solo nos palcos de São Paulo. Em seu 13º show da turnê “Avante”, Joelma prova ter incorporado a imagem de poderosa também em cima do palco.
Com a mudança de rumo após o tumultuado fim da Calypso, a cantora diz ter notado uma presença maior feminina nos shows solo que está fazendo pelo Brasil desde março. “Muitas chegam em mim e dizem: ‘Obrigada, Joelma, você me ajudou muito, pois eu tinha um relacionamento que me fazia muito mal e hoje eu resolvi’.”
A ajuda não vem apenas da atitude da cantora, mas também do teor das letras do novo disco. A maioria aborda a superação da mulher depois de um relacionamento que não deu certo. Das 14 faixas, dez são sobre o tema.
Repertório “dor de cotovelo”
Joelma não pretendia se envolver diretamente na criação do repertório, mas resolveu intervir quando passou a receber muitas faixas “dor de cotovelo”, como a própria define. “Pedi músicas mais alegres para os compositores. Neste disco, eu queria falar de coisas positivas.”
Para Joelma, é importante trazer à tona o poder feminino, seja nas letras, seja com mais mulheres cantando e fazendo sucesso. “Estava precisando disso neste momento. Os homens vem aí só esculachando as mulheres nas músicas e a gente não faz nada? “, questiona.
O disco mantém as raízes com os ritmos dançantes do norte mesmo nas letras que falam de amor. Em algumas faixas, Joelma chega a flertar com o reggae (“Chora Não Coração”) e até mesmo pop rock. “Tua Face”, única composição assinada por Joelma, tem letra gospel e riffs marcantes de guitarra.
Outra marca que a cantora não quis abandonar é a exaltação ao Estado do Pará. Presente em todos os discos da Calypso, a homenagem também está em “Joelma”. A faixa “Voando Pro Pará” é praticamente um hino ao Estado, destacando em sua letra comidas típicas e pontos turísticos da região.
“Queria ter colocado mais músicas sobre meu Estado. Mas, como tive só um mês para fazer o disco, não deu. ‘Voando Pro Pará’ é uma declaração de amor para Belém e uma das minhas favoritas do disco. Queria ter colocado mais carimbó, saias rodando, eu acho incrível. Não deu para fazer agora, mas terá no DVD”, conta, já dando pistas sobre seus próximos passos.