A operação tem como saldo a prisão de dois vereadores e um empresário além de apreensão de documentos públicos.
De acordo com o coordenador do GAECO Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), Nilton Meneses, Parauapebas, há algum tempo vem sofrendo a chaga da corrupção, na prefeitura e na Câmara Municipal. “Por conta disso foram instaurados dois procedimentos no âmbito do Ministério Público”, conta Nilton Meneses, detalhando que um dos procedimentos é sob o comando do Promotor Medrado em decorrência da prerrogativa do fórum privilegiado do prefeito; e o segundo instaurado na promotoria de combate à improbidade sob a presidência do promotor Hélio Rubens. A ação teve a participação dos promotores de justiça Hélio Rubens, Paulo Morgado Junior, Franklin Jones, Eduardo Falessi, Milton Menezes, Harrison Bezerra, Arnaldo Célio de Azevedo, Raimundo Aires, Daniel Barros e Augusto Sarmento, além do procurador de justiça, Nelson Medrado.
Deflagrada na manhã de hoje, terça-feira, 26, a operação “Filisteu” foi feita para desmontar um esquema de fraudes em processos licitatórios e superfaturamento de terrenos desapropriados pela prefeitura de Parauapebas.
A iniciativa foi do Ministério Público do Estado (MPE) que também investiga a emissão de notas fiscais frias e desvio de recursos públicos entre membros da câmara e o comércio na região.
Filisteu, nome sugestivo por causa da luta bíblica entre os filisteus e Sansão, que ocorreu logo pela manhã, quando o GAECO esteve na Câmara Municipal de Parauapebas onde arrombou as portas dos gabinetes de quatro vereadores: Josineto Feitosa, ex-presidente; José Arenes, ex vice presidente; Odilon Rocha Sanção, ex primeiro secretário; e Devanir Martins, ex segundo secretário; todos membros da mesa diretora do Biênio 2013 e 2014, de onde levaram CPU’s e documentos.
As casas dos respectivos vereadores foram revistadas por equipes do GAECO; três deles eram apenas para apreender documentos e apenas em desfavor de Odilon Rocha havia um mandato de prisão. Porém para a surpresa da polícia na casa do vereador José Arenes e de Odilon foram encontradas armas o que resultou na prisão de Arenes e no agravamento da situação de Odilon.
Na residência de Arenes foram encontradas quatro armas (espingarda calibre 44, revólver 38 e pistola 380), além de munições, o que motivou a prisão de Arenes que aguarda, preso, a arbitragem de fiança, já que por se tratar de calibre de uso restritos da Polícia a fiança só pode ser procedida pelo juiz da vara criminal.
Quem também está preso por mandato é o empresário Edmar Cavalcante, conhecido como “Boi de Ouro”, por causa de denúncias envolvendo lavagem de dinheiro através de emissões de notas que constavam um tipo de mercadoria enquanto na verdade era entregue outra.
(Francesco Costa)