Em 2016, foram registrados 167 roubos de carga, no Pará. Uma média de 13 assaltos por mês. Este ano, já foram 18 registros. Os municípios com a maior incidência do crime estão nas regiões sul e sudeste do estado: Marabá, Parauapebas, Tucumã e Redenção.
Mas um fato novo chamou atenção da polícia nesta semana. Este tipo de crime está migrando das estradas do interior do Estado, para a região metropolitana de Belém. Foram dois roubos em uma semana.
“Demonstra que eles estão cada vez mais audaciosos. Se valendo de certas circunstâncias e oportunidades para fazer esses roubos”, relata o delegado Cleyton Costa da Divisão de Roubo e Furto de Carga da Polícia Civil.
Na quarta-feira (29), a polícia encontrou a carga avaliada em R$ 300 mil, roubada no início da semana. O crime foi em Ananindeua e material estava num sítio em Santa Bárbara. Já na última terça-feira (28), uma carga estimada em R$ 200 mil também foi roubada do mesmo jeito e encontrada num sítio em Ananindeua.
Nos dois casos, os caminhões eram de transportadoras e com os produtos muito parecidos: peças de carro, equipamentos eletrônicos, confecções e medicamentos.
Quem compra produtos sem saber a origem deles também comete crime. “Ainda que o comprador não tenha o conhecimento direto, mas que pelas circunstâncias podem desconfiar que é um produto de origem ilícita, ele pode responder a um crime de receptação. E se for um comerciante, receptação da forma qualificada” , acrescenta.
Medo
Trabalhando na estrada há 18 anos, um caminhoneiro que prefere não ser identificado desistiu de trabalhar com transporte de carga por medo. “Eu trabalhava com medo quase todo o tempo. Eu tive que mudar de ramo. Eu passei por uma situação de risco de SP pra Belém e preferi sair do ramo”, relata.
Fonte: G1