A professora Aurivane Rodrigues Néri foi condenada na tarde desta sexta-feira (18) a oito de prisão anos em regime semiaberto pelo crime de tentativa de homicídio e porte ilegal de arma em 2014 contra a também professora Marineide Silva Lopes, que mantinha relacionamento amoroso com o ex-marido da ré. A sentença foi decretada após 21 horas de julgamento, no Fórum de Macapá.
De acordo com a Vara do Tribunal do Júri, a defesa da ré apresentou recurso ainda em plenário e possibilitou à professora responder à contestação da sentença ainda em liberdade.
O julgamento durou dois dias. Ele começou na quinta-feira (17) e foi suspenso por volta de 22h, tendo sido retomado às 8h desta sexta-feira. No primeiro dia, foram ouvidas 18 testemunhas de defesa e acusação. No segundo, ocorreram as sustentações orais do Ministério Público (MP), autor da ação, e do advogado Maurício Pereira, que defende a ré.
O advogado da acusada disse que a defesa não ficou satisfeita pela condenação de porte ilegal de arma apesar de a pena ter sido diminuída pelos jurados, que levaram em consideração a inimputabilidade, isto é, ausência de características pessoais que possam atribuir ao acusado a autoria de um crime.
“Os jurados reconheceram que devido a depressão grave, ela teve a capacidade de autodeterminação diminuída. Em razão disso, o Código Penal prevê uma redução de pena. Mas a sentença não nos satisfaz porque houve uma injustiça pela condenção de porte ilegal de arma”, disse Pereira, que adiantou recorrer da condenação.
Aurivane Rodrigues responde pelo crime de tentativa de homicídio por motivo fútil e sem chance de defesa da vítima. Ela chegou a ser presa em 2014, mas passou a ser julgada em liberdade.
Tentativa de homicídio
O crime aconteceu em 9 de maio de 2014 dentro da Casa do Professor, no Centro de Macapá. Ele teria sido motivado por ciúmes de Aurivane, que não aceitava o relacionamento do ex-marido com a vítima.
Aurivane confessou o crime, à época, e alegou sofrer transtornos motivados por uma depressão profunda pós-separação.
De acordo com testemunhas, a acusada entrou pela recepção da Casa do Professor, onde a vítima aguardava por atendimento, e efetuou quatro disparos. Ela usava uma arma, que, segundo a defesa, teria sido comprada com a intenção de um possível suicídio.
Dos quatro tiros disparados pela acusada, dois atingiram Marineide. Ela acumula sequelas, e quase dois anos após o atentado ainda não consegue andar naturalmente.
Após os disparos, a mulher fugiu do local em um veículo em alta velocidade, sendo presa 15 dias depois internada em um hospital particular da capital.
Fonte: G1