Atendendo cerca de 13 idosos, cada um com uma história diferente e recheada de grande significado, a casa de acolhimento Aconchego do Idoso, localizada em Parauapebas, Sudeste do Estado, apresenta uma grande estrutura, se destacando como uma das melhores casas de acolhimento no Norte do País.
A afirmação foi feita pelo Coordenador do Abrigo, Daniel Farias, que juntamente com uma equipe de 35 pessoas, vem desenvolvendo um belo trabalho de cuidado com os idosos presentes no espaço. A equipe de reportagem do Portal Carajás o Jornal esteve conhecendo na manhã desta quarta-feira, 10, o Aconchego do Idoso e seus membros.
O destaque da visita foi a história de vida dos idosos, onde cada um pôde compartilhar com a equipe de reportagem suas vivências particulares e experiências na casa de acolhimento.
Sebastião Augusto, 85 anos, já trabalhou como caminhoneiro conhecendo vários lugares do Brasil. O idoso se lembra também dos tempos difíceis, onde viveu 40 anos desabrigado em situação de rua. “Quando estava cego, na rua, apareceram muitas pessoas dispostas a me ajudarem, porém eu sempre recusava e continuava na mesma vida. Chegou um momento em que finalmente aceitei ajuda, tirei meus documentos e vim para cá. Essas pessoas que me ajudaram, tenho muita vontade de revê-las novamente”, comentou Sebastião, acrescentando que passa os dias deitado pensando na vida, pois é um homem que já rodou muito o Brasil, tanto de caminhão como a pé.
Na ocasião, Sebastião falou ainda que se sente bem cuidado pelos membros do Acolhimento, pois estão sempre dispostos a ajudá-lo, não importa o horário, seja durante o dia ou a madrugada. Quem trabalha no Aconchego do Idoso leva consigo um amor muito grande por cada um, pois passa a cuidar de pessoas que não conheciam, e de uma hora para outra essas pessoas passam a fazer parte da família. “Me sinto realizada em trabalhar com cada um deles, não sinto dificuldades, pois quando gostamos daquilo que fazemos, nada fica difícil. Quando eles se estressam eu sempre consigo contornar a situação, e é algo gratificante estar aqui com essas pessoas”, relatou Maria Tereza, cuidadora dos idosos.
Segundo o coordenador Daniel Farias, o Aconchego do Idoso recebe pessoas que se encontram com Alta Complexidade (Total quebra de vínculo e direitos) no Sistema Único de Assistência Social, onde os membros passam por tratamento e só são enviados quando não têm família, ou se encontram em situação de abandono. São pessoas que envelheceram sozinhos e não criaram laços familiares.
Conversamos também com Antônio da Silva, que aos 65 anos relatou ter trabalhado muito em fazendas, por isso adora movimentar o corpo. No final da nossa conversa ele ainda ressaltou que o Aconchego do Idoso é um lugar maravilhoso, o qual ele dá bastante valor.
O que não falta para alguns idosos é animação. Pereira da Silva é um homem que adora um forró. Ele relata para a equipe de reportagem que está no acolhimento até se recuperar, pois pretende ainda sair e construir sua vida. “Já andei por vários lugares e sempre gostei de dançar. Já fui no Forró das velhas e era minha diversão. Hoje em dia me encontro aqui recuperando a saúde, pois tive que fazer cirurgia na minha visão, mas se me chamarem para dançar forró eu vou sim”, afirma Pereira da Silva, animado com a conversa.
A equipe de reportagem teve ainda um pequeno bate papo com Maria Raimunda, conhecido no local como “Dica”. Ela lembra com saudades do tempo em que era criança. “Morava na beira de um Rio, no Piauí, eu e meus irmãos gostávamos de brincar lá, era nossa diversão. Também gostávamos de pegar Cajá das árvores, eu enchia meu vestido com as frutas, todas bem docinhas. Minha mãe era bem idosa e não via o que fazíamos”, disse Maria Raimunda.
Todos os idosos que estão acolhidos no Aconchego do Idoso recebem acompanhamento psicológico, alimentação balanceada, programas de lazer, projetos de artesanato entre outras atividades de recreação. O Aconchego dos Idosos está localizado da Rua A, 819, no bairro Maranhão, e recebe a população de Parauapebas que deseja conhecer um pouco mais do local.
Sebastião Augusto, 85 anos, já trabalhou como caminhoneiro conhecendo vários cantos de Brasil, leva na sua memoria várias histórias.
Maria Tereza, cuidadora dos idosos.
Antônio da Silva, de 65 anos tem a experiência de ter trabalho a vida toda em fazendas, por isso adora movimentar o corpo.
Pereira da Silva, o homem que adora dançar um forró.
Maria Raimunda contou sua história de vida para a reportagem e adorou posar para as fotos.
Texto: Jussara Alves
Fotos: Fernando Bonfim