Encerrou hoje, segunda-feira, 21 as atividades do I Encontro Nacional do MAM em Parauapebas, que contou com com a presença de mais de 1000 pessoas no ato político em Praça Pública. A marcha pela soberania na Mineração percorreu as principais vias de Parauapebas, da portaria de acesso aos projetos de mineração da Vale até o bairro Rio Verde, onde encerrou com um Ato Político por volta de 13h da tarde.
O evento contou com a participação de mais de 1000 pessoas representantes de mais de 15 estados brasileiros, que fazem parte de comunidades atingidas pelos impactos causados pela mineração, além de representantes de outros países como Peru, Holanda, Guatemala, África do Sul, e outros.
Durante os quatro dias de evento, as pessoas participantes tiveram voz para relatar suas lutas contra o sistema mineral e alçar novos rumos no debate e organização do povo na luta pela soberania popular da mineração.
A presidenta da CUT de Minas Gerais, Beatriz Cerqueira, destacou o evento como uma importância real na organização da classe trabalhadora para combater o sistema mineral perverso no Brasil.
Michelle Martins, de Catalão – GO disse: “Em todo Brasil é muito importante o povo se organizar, eu acredito, o essencial é isso, a gente socializar esses casos e conseguir fazer uma frente de embate a essa mineração que tá posto ai”.
João Pedro Stédile, da coordenação nacional do MST, fala no I Encontro Nacional do MAM, em Parauapebas, sudeste do Pará, sobre a importância da pauta mineral na construção do Projeto Popular para o Brasil. “Esse encontro é fenomenal, por que ele é uma resposta concreta a todo esse esquema do poder econômico de exploração predatória dos nossos minérios. Quando as mineradoras querem aumentar sua taxa de lucros, eles diminuem, por exemplo, os investimentos em segurança operacional, que foi o caso da Samarco em Minas Gerais, negligenciando direitos essenciais”, explicou.
De acordo com a coordenação do evento, todas as expectativas foram superadas. Durante todos os dias foi possível discutir a fundo a questão da atividade mineradora no Brasil e os impactos que a mesma gera nas comunidades afetadas, saindo dessas discussões deliberações importantes como, a Direção Nacional e secretarias deliberativas dos municípios.
Além de importantes palestras e debates acalorados, houve a apresentação de teatro, uma encenação que retratou todo o contexto da escravidão aos dias atuais; lançamentos de livros, entre eles, Poema Mineral e o Dicionário da Mineração e atrações que completaram as apresentações culturais do evento.
Charles Trocate, Dirigente do MAM no Pará
Apresentação de teatro de alunos de uma universidade de Minas Gerais retratou a história da escravidão no país
Assembléia dos homens
Todos tiveram voz e puderam contribuir com as deliberações finais do evento.
Momento final da caminhada do MAM pelas ruas de Parauapebas.
(Texto: Ingrid Cardoso com informações da comunicação do MAM/Fotos Ícaro Matos)