Apesar da ajuda de diversos voluntários, que se solidarizaram com a situação da égua prenha, que foi abandonada depois da cavalgada da Fap, na tarde do último sábado (1º), em estado de profunda exaustão e marcas de maus- tratos, a mesma veio a óbito nesta segunda-feira (02). Depois do acontecido, ativistas, membros da sociedade civil organizada pretendem criar Comissão de Defesa Direito dos Animais de Parauapebas.
Animal recebeu tratamento médico e auxilio de voluntários e do próprio dono.
A égua foi atendida por voluntários da Ong Apama (Associação dos Amigos e Protetores dos Animais e do Meio Ambiente), de Parauapebas e medicada pelo veterinário Dr. Carlos Alberto Pacola, que de forma voluntária atendeu ao chamado de ativistas da ONG, que prestavam apoio ao animal. Porém mesmo depois de todo o esforço, em manter a égua estável, a mesma evoluiu a óbito deixando todos tristes com a notícia, inclusive o seu proprietário, o senhor João de Deus, que não sabia que seu animal tinha sido emprestado pelo seu neto para participar do evento, de forma aleatória, a um amigo dele.
Imagens da égua prenha em estado debilitado de saúde viralizarm nas redes sociais.
Em entrevista com a presidente da APAMA, Byancka D`Lavor informa que não tem como saber as reais causas da morte do animal, pois o mesmo não passou por exames de necropsia depois de sua morte, apenas foi enterrada pelo próprio dono. Mas tudo indica que a exaustão e machucados que a égua sofreu, durante o percurso da Cavalgada tenha causado a sua morte.
O caso gerou profundas discussões nas redes sociais, uma vez que o Siproduz (Sindicato dos Produtores Rurais de Parauapebas) organizador do evento, não se manifestou em ato de solidariedade, mas informou em nota enviada a alguns veículos de comunicação de que o evento já tem um regulamento que proíbe situações de maus-tratos aos animais na cavalgada. Porém, mesmo com a proibição, não tem como fiscalizar “ações de cavaleiros independentes que participam da programação sem registro legal”, diz a nota. Além disso, informou ainda que não compactua com maus-tratos aos animais. “O Sindicato não compactua com maus tratos aos animais e lamenta que algumas pessoas, por falta de zelo, não os tratem com o respeito e cuidados que merecem”, disse em nota.
A reportagem tentou falar com algumas autoridades sobre o caso, inclusive buscou o Ministério Público, porém a Doutora, que responde por casos desta natureza, está de licença médica e não pôde nos atender.
A principal questão levantada agora, pela sociedade civil organizada é o que fazer para que casos como este não voltem a acontecer no município. Em resposta Byancka D`Lavor, disse que é necessário promover discussões, grupos de dialogo que reúnam sociedade civil, poder público, a própria Siproduz e outras importantes instituições, para que juntos possam melhorar a legislação e debater soluções acerca do assunto.
“Pretendemos criar uma comissão pelos direitos dos animais, para isso nós precisamos dialogar com todos os órgãos competentes para que juntos consigamos difundir os valores de uma nova cultura, mais ética, mais justa e preocupada com a defesa e a garantia dos direitos dos animais e do meio ambiente”, disse Byancka.
Em nota a Apama ainda sugeriu mudanças no regulamento da Cavalgada onde os direitos e o bem estar dos animais sejam mais bem resguardados durante eventos desta natureza.
Entre as solicitações estão:
- O trajeto da cavalgada seja reduzido;
- não sejam puxadas carroças, charretes e similares pelos animais;
- os donos e/ou responsáveis pelos animais sejam previamente identificados e cadastrados, assim como a devida identificação do sítio, chácara ou fazenda de origem do animal, respeitando as devidas exigências sanitárias;
- o transporte dos animais, tanto no trajeto de ida como de volta, seja feito em condições adequadas;
- sejam designados veterinários para avaliar os animais logo no local de desembarque, antes do início e no final do evento;
- sejam disponibilizadas água e comida em abundância na concentração, em pontos intermediários e no final do percurso;
- seja feito em horário adequado, onde o sol e o calor escaldante não prejudiquem o bem estar do animal;
- sejam aplicadas todas as multas e sanções, na forma mais rigorosa da lei, para os que cometerem crimes contra os animais.
Veja nota de pesar publicada na rede social, Facebook, da ONG APAMA pela morte da égua na íntegra:
Fonte: rede social APAMA