A informação foi confirmada pelo delegado de polícia civil, Felipe Oliveira, durante uma entrevista. O mesmo também confirmou que na maioria dos casos as vítimas tiveram suas vidas ceifadas por arma de fogo.
O delegado ressaltou que, apesar do empenho policial, em apurar os crimes, o município ainda não conta como uma estrutura específica para apurar homicídios. Os delegados plantonistas e equipe apuram os fatos, porém, claramente, há a necessidade de um perito criminal e de policiais destacados especificamente para a resolução dos homicídios.
O delegado também enfatizou que no segundo semestre, dois investigadores serão designados para tal função, mas mesmo assim, ainda faltará o perito criminal. “Parauapebas ainda não conta com uma delegacia que atenda exclusivamente os homicídios, cada caso é investigado pelo delegado de expediente, que acumula o trabalho de apurar os demais crimes que ocorrem na cidade. Necessitamos também de peritos criminal”, informou o delegado.
Apesar do empenho da polícia, existem casos que até hoje a população questiona uma resposta do Núcleo de Segurança de Parauapebas. Um deles foi o cruel assassinato de Cidicleia Carvalho Vieira França, de 42 anos de idade, na época, esposa do secretário municipal de desenvolvimento da cidade, Isaías da Pioneira.
Cidicleia Carvalho foi executada com um tiro na cabeça na frente do filho, quando saia de um culto em uma Igreja do bairro Altamira. O crime abalou Parauapebas no dia 31 de março deste ano, e até hoje não se tem uma resposta de quem assassinou a empresária.
Casos registrados
Em Janeiro ocorreram 05 homicídios, 03 resultados de autoria; em fevereiro, outras cinco pessoas foram mortas, sendo duas delas com resultados de autoria, já em março ocorreram 09 homicídios, somente dois foram desvendados; em abril ocorreram 10 homicídios, sendo apenas três destes desvendados; no mês maio ocorreram 13 homicídios, com apenas quatro desvendados e em junho, mês em que outras 13 pessoas perderam suas vidas, somente cinco foram desvendados pela polícia.
Média Nacional
A média nacional da taxa de elucidação de homicídios, conforme levantamento feito pela Secretaria de Segurança Nacional é de 8%. A cada 100 homicídios, a média é de que oito são apurados.
“Apesar de toda dificuldade que encontramos em Parauapebas, a nossa taxa de elucidação chega a 40% dos homicídios. Todos que conseguimos identificar a autoria foram indiciados no final do inquérito policial e tiveram a prisão preventiva representada, junto ao poder judiciário. A grande maioria dos 40% teve mandados de prisão expedidos, estão em aberto, ou foram cumpridos”, completou Felipe.
Por fim, o delegado pediu a contribuição da população em relação às denúncias. “Dependemos demais da contribuição da população para o Disque Denúncia 181, é sigilo total da pessoa que fornece a informação. Contribuam populares”, finalizou.
Em relação a falta de perito criminal em Parauapebas, o Centro de Perícias Científicas Renato Chaves, emitiu a seguinte nota:
Em relação a falta de Peritos Médicos Legistas no Núcleo Regional de Parauapebas, o Centro de Perícias Científicas Renato Chaves informa que, a Lei de criação da Instituição, 6.282/2000, prevê a existência de Unidades somente na Capital Belém e nos municípios de Altamira, Castanhal, Marabá e Santarém. No intuito de promover melhor atendimento à população dos demais municípios, foram criados, nas gestões anteriores, novos Núcleos Regionais nos municípios de Parauapebas, Paragominas, Itaituba, Abaetetuba, Salinópolis, Tucuruí e Bragança, e, apesar da implantação física, todos estes núcleos ainda carecem de regulamentação na Lei da Autarquia, pois enquanto isso não ocorrer, estará inviabilizada a dotação orçamentária para manutenção das referidas unidades, incluindo a aquisição de equipamentos necessários ao seu aparelhamento, assim como, a execução de concurso público para suprir as vagas necessárias às demandas de cada unidade.
A alteração da Lei do Centro de Perícias já foi analisada pela SEAD, PGE e SEPLAN, e aguarda envio para ALEPA, visando sua votação e aprovação, enquanto isso não ocorrer, algumas demandas do Núcleo Regional do município continuarão sendo encaminhadas para a Unidade Regional de Marabá, e as mais complexas, para a sede em Belém, em função da carência de equipamentos e de servidores da área.
(Caetano Sillva)