Com o objetivo de favorecer a adoção voluntária de práticas e escolhas alimentares saudáveis, além de contribuir para a segurança alimentar e nutricional dos membros da comunidade escolar, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) está implantando na rede municipal de ensino o Programa de Educação Alimentar e Nutricional no Ambiente Escolar.
Inicialmente, as escolas Olga da Silva e Sorriso de Criança serão beneficiadas com as ações do programa, que inclui, além das atividades voltadas para a educação alimentar e nutricional, a criação ou ampliação de hortas, desenvolvimento de sistemas de compostagem e ajardinamento.
“A proposta é trazer a temática para discussão e fazer com que toda a comunidade escolar realmente melhore sua qualidade alimentar, incluindo em suas refeições mais frutas e verduras ao invés de produtos industrializados. Além das ações de formação para os envolvidos nós pretendemos colaborar de forma significativa para a criação das hortas e jardins”, informa Sérgio Augusto de Ávila, um dos coordenadores do programa.
Na manhã do último sábado, 10, a equipe de educadores da escola Olga da Silva, membros da comunidade e representantes do Poder Legislativo tiveram a oportunidade de conhecer o programa. Na reunião, realizada na própria instituição, ficou claro que a comunidade escolar está disposta a colaborar para o sucesso da iniciativa.
“Estou muito feliz em saber que a escola foi contemplada. Minha equipe com certeza já abraçou a causa, pois se trata de um programa que vai mudar a qualidade de vida de nossos alunos, dos nossos professores, enfim, da própria comunidade, pois as crianças irão levar as informações e as mudanças de hábitos para casa”, prevê Benedita Licá, diretora da Escola Olga da Silva.
O secretário-adjunto da Semed, Antonino Brito, ressalta a importância dos parceiros. “Para conseguirmos ter êxito em um programa dessa magnitude nós contaremos com o apoio de parceiros como a Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), o Centro de Educação Ambiental de Parauapebas (Ceap), a Secretaria Municipal de Produção Rural (Sempror) e outras secretarias municipais”, expõe o gestor.
Rosieny Almeida Fernandes, coordenadora do Setor de Projetos e Convênios da Semed, e a vereadora Eliene Soares também marcaram presença no encontro. Eliene é uma das autoras da Indicação n° 231/2018, que propõe a criação de um projeto de lei que institui a criação de hortas escolares na rede de ensino de Parauapebas. “Para nós é uma satisfação saber que essa indicação está contemplada neste projeto. Vou fazer o que for possível para que ele seja ampliado para todas as escolas e que possamos ser referência para outros municípios e Estados”, afirma Eliene.
MUDANÇA DE HÁBITOS
Segundo um diagnóstico realizado em 2017 pelo Departamento de Alimentação Escolar (Dae) e a Atenção Básica de Saúde, que avaliou 18.149 estudantes do ensino fundamental e da educação infantil com idades entre 4 e 19 anos, foi constatado que 16,8% dos alunos com idade entre 4 e 5 anos apresentam sobrepeso, 1,4% obesidade, 0,9% magreza e 0,2% magreza acentuada. Entre os alunos de 6 a 19 anos observou-se que 11,9% apresentaram sobrepeso, 7,7% obesidade, 3,34% magreza e 0,56% magreza acentuada.
Para Ercília Carvalho, nutricionista do DAE e que também está na coordenação do programa, com as ações voltadas para a reeducação alimentar dos alunos esse quadro poderá ser revertido. “Para atingirmos nossos objetivos, como a diminuição da obesidade, que o aluno consiga fazer escolhas alimentares da maneira correta, nós precisamos conscientizá-los sobre a importância da adoção de hábitos alimentares saudáveis”, diz a nutricionista, informando que depois da etapa de pesquisa e diagnóstico, logo no início de 2019, as atividades serão iniciadas e já no segundo semestre o programa poderá ser ampliado para as demais escolas.
(Texto e fotos: Messania Cardoso)