Na manhã desta sexta-feira (28), o Governador eleito do Estado do Pará Helder Barbalho anunciou mais uma secretária que fará parte de sua gestão: a jornalistas Úrsula Vidal (PSOL) para a Secretaria de Estado de Cultura (Secult). O anúncio foi feito em seu perfil no Twitter:
Úrsula Vidal nasceu em 26 de janeiro de 1972 em Recife, Pernambuco. Seus pais atuaram na Aliança Libertadora Nacional, lutando contra a Ditadura Militar. Talentosa desde a adolescência, começou a fazer trabalhos de locução aos 15 anos. Aos 17, já era apresentadora de TV, no Pará.
Graduada em Comunicação Social (Jornalismo), trabalhou por quase uma década no Rio de Janeiro, em diversos veículos da Rede Globo. Úrsula possui especialização em Sustentabilidade na Fundação Dom Cabral, em Minas Gerais e é também produtora audiovisual, tendo dirigido, junto com Homero Flávio, o documentário Catadores de Sonhos.
Em nota o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) se posicionou acerca da escolha de Úrsula Vidal em aceitar o convite de Helder Barbalho (MDB), para assumir a Secretaria de Cultura do Estado. Veja nota na íntegra:
O PSOL Pará recebeu com surpresa e lamenta profundamente a anunciada decisão de Úrsula Vidal assumir um cargo no secretariado do governador eleito Helder Barbalho.
Tal posição tomada em caráter pessoal contraria a deliberação partidária, aprovada ainda durante o 2o turno, que afirma o PSOL como oposição política às duas forças que disputaram aquele pleito.
Neste sentido, considerando um grave erro político o ingresso de Ursula no governo estadual, o PSOL reafirma que seremos oposição de esquerda a esta gestão do MDB, em estreita relação com os movimentos sociais, vetando a participação neste governo de quaisquer de seus filiados ou filiadas.
Finalmente, a Executiva do PSOL Pará informa que, nesta data, recebemos o pedido de desfiliação de Úrsula Vidal, momento em agradecemos a contribuição que a companheira deu à construção partidária, reiterando o compromisso de nosso partido com a defesa dos direitos do povo paraense.
Belém (PA), 28 de dezembro de 2018
Executiva Estadual do PSOL/PA
Em resposta, Úrsula Vidal também divulgou nota sobre o assunto, em rede social. Veja nota na íntegra:
Companheiras, companheiros
Ao longo de 2018, caminhamos junt@s numa jornada árdua, que incluiu sacrifícios múltiplos, descobertas transformadoras e resultados eleitorais muito expressivos. Minha caminhada com o Psol inicia em 2016 quando, apesar das duríssimas acusações e críticas que recebi e contrariando aliados políticos, aceitei o isolamento e mergulhei de corpo e alma na campanha de segundo turno do atual companheiro Edmilson. Meu ingresso no PSOL aconteceu como o curso natural de um rio – minhas divergências públicas com a REDE e meus posicionamentos políticos foram se alinhando cada vez mais aos ideais do partido da solidariedade e do socialismo.
A pratica de um ativismo político ainda mais responsável ocorreu de maneira mais intensa depois de meu ingresso no PSOL. O resultado foi uma desafiadora candidatura majoritária ao senado, que teve o condão de unir as correntes do partido. Um dos pontos centrais da plataforma que apresentamos foi a defesa da cultura como fator de afirmação de nossa identidade, ancestralidade e de nossas memórias e tradições. Mas também como importante indutor econômico, fortalecendo ciclos criativos e colaborativos de geração de emprego e renda.
Nesta quarta-feira recebi um convite feito pelo governador eleito Hélder Barbalho: assumir a Secretaria de Cultura do Pará. Não chegamos ao Senado. Mas se a porta do parlamento, por ora, se fechou, entendo que este convite abre uma importante janela de oportunidades para inaugurar um tempo novo na gestão da Cultura deste estado, potencializando a pasta como ferramenta estratégica de difusão e produção cultural, criando, assim, uma dinâmica inovadora de promoção social descentralizada e inclusiva.
Não tenho como não atravessar esta janela para realizar aquilo que afirmei na campanha e que sempre fez parte de minha trajetória cidadã, de minha atuação profissional como comunicadora, jornalista, documentarista, produtora cultural e ativista ambiental. Tem sentido de urgência construir um projeto democrático e participativo que valorize a cultura popular do Pará, tão maltratada nos anos que ficam para trás.
Quem fizer um mínimo esforço, encontrará na minha caminhada de vida todas as provas de que nunca escolhi o caminho mais fácil, nem o mais curto. Não tenho talento para a dissimulação, tampouco para o oportunismo. Meu compromisso maior não é com um projeto político partidário de escalada pessoal: é com as centenas de milhares de mulheres e homens que alimentam as raízes da cultura popular, da economia criativa, da produção e difusão de conteúdo artístico, em suas mais diversas expressões. Porque Cultura é alimento, e nosso povo está morrendo de inanição. Respeito o entendimento do partido, das lideranças, das correntes, dos homens e mulheres de bem que constroem nosso sonho socialista, todos os dias. Mas minha decisão é de atuar no espectro imediato do resgate de vidas, memórias e saberes de nossa gente. Este será o maior desafio de minha vida.
Que venha este novo tempo de transformação de vidas e de sonhos. Um tempo de esperanças e realizações.
( Com informações do www.diarioonline.com.br)