Em busca do tão sonhando emprego e com os comentários que circulando através das redes sociais de que algumas empresas estariam se instalando em Parauapebas, deste o último sábado (13), dezenas de pessoas formaram filas no Sistema Nacional de Emprego (SINE), Muitos até dormiram no local.
Sem conseguir as vagas almejadas, nesta segunda-feira (15), centenas de desempregados bloquearam a portaria da Floresta Nacional de Carajás, principal rota de acesso para as minas da Vale. De acordo com eles as empresas, que prestam serviços para a multinacional estariam contratando mão-de-obra de fora, dispensando os trabalhadores locais.
Com o acesso bloqueado, por várias horas, apenas alguns veículos foram autorizados a passar o bloqueio. Inclusive, a equipe técnica da banda Zé Neto e Cristiano, que havia realizado um show na noite anterior no município, que também foi impedida de seguir viagem. Com o voo quase atrasado e após vários diálogos com os manifestantes a passagem da equipe foi autorizada.
O Chefe de Obras, agora desempregado, Valmar Mariando, disse que Parauapebas é um dos maiores canteiro de obras do Brasil. Ele afirma com veemência que existem pessoas qualificadas na cidade para preencher qualquer vaga, o que falta é uma política pública para obrigar as empresas que se instalam na cidade, a dar preferência o para a mão-de-obra local.
“Neste canteiro de obras [Parauapebas] há gente qualificada para exercer as funções, desde o ajudante ao diretor de contrato, mas o que tá acontecendo é que todas as vagas estão sendo preenchidas por gente de fora e nós estamos a ver navios”, disse Valmar.
Era por volta das 13h quando a portaria foi liberada e o fluxo de veículos voltou ao normal.
Juvenal Ribeiro, que já foi inclusive gestor do SINE em Parauapebas, reforça a opinião de que há falta de incentivo para efetivar a contratação de mão-de obra local. “Até o Seguro Desemprego que a gente dava entrada aqui não tem mais, é preciso ir para outra cidade e dormir numa fila, para dar entrada em algo que é um direito. Há empregos o que falta é gestão para administrar e criar formas para empregar o povo”, disse Juvenal.
O então Coordenador do SINE em Parauapebas, José Braz Mendonça encaminhou à nossa redação uma nota, onde a mesma atesta os seus desligamentos do órgão. Segue a nota:
À Sociedade de Parauapebas COMUNICO,
Que a partir de hoje, 02/04/2019, não desempenho as funções de coordenador do SINE Parauapebas.
Durante estes 2 anos e 3 meses, tive a oportunidade de fazer amigos e amigas nas empresas atendidas pelo SINE, nas comunidades onde executamos o SINE MÓVEL e tantos outros serviços que tive a honra de executar no prédio do SINE para o benefício da população.
Importante frisar que para além das responsabilidades que desempenhei, eu e minha equipe, conduzida pelo Secretário Municipal de Assistência Social, Jorge Guerreiro, recuperamos a imagem do SINE junto a população e ao conjunto de empresários locais, agregando parcerias institucionais que muito nos orgulham como o SENAC, SENAI, SEBRAE e a VALE; que depositaram em nossa equipe a confiança e responsabilidade próprias do serviço público. A estes parceiros afirmo, fizemos o nosso máximo graças à vocês. Em todos os momentos, honramos nossa parceria com correção, profissionalismo e harmonia.
A população em geral que sempre atendi com respeito e atenção, deixo como legado um SINE austero, de boa conduta e institucionalmente altivo, fruto do trabalho sério e cercado de bons profissionais que me ajudaram ser um servidor melhor, fazendo o melhor.
Uma nova coordenação se inicia hoje. É dela a responsabilidade de manutenção dos avanços que duramente conquistamos. Desejo em especial a esta nova gestão, que tenham sucesso e que mirem-se no exemplo deixado por nós.
Em nota a Vale se posicionou informando que tem realizado a efetiva contratação de moradores das áreas de influência. Segue a nota:
A Vale ressalta que tem sido realizada a efetiva contratação de moradores das áreas de influência do empreendimento, que, inclusive já estão atuando nas obras de construção.
A empresa tem também mantido a orientação às empresas contratadas para mediação e contração por meio do Sine. Cabe esclarecer que qualquer processo de contratação segue a legislação brasileira e varia conforme cronograma das obras, da disponibilidade de vagas, da qualificação técnica e/ou experiência exigida para cargo.
Por Fernando Bonfim