Em comemoração ao Dia Índio, comemorado em todo o Brasil nestas sexta-feira (19), cerca de 150 índios da aldeia Xikrin do Cateté realizaram um importante evento de imersão na cultura indígena, onde a população parauapebense pôde conhecer de perto, um pouco mais sobre os costumes, danças e pinturas corporais deles, que representam a grande riqueza histórica e cultural brasileira.
A atividade foi realizada na Centro de Desenvolvimento Cultural (CDC) e contou com a presença de centenas de espectadores, que tiveram a oportunidade de aprofundar-se um pouco mais na cultura e costumes dos Xikrin.
Eni Fenício Ferreira, coordenadora de relações indígenas
Eni Fenício Ferreira, coordenadora de relações indígenas, falou um pouco sobre a importância deste momento para os índios. “Para eles [Os índios] este é um grande momento. Todos os anos eles comemoram este dia lá dentro da aldeia, e trazer um pouco da cultura deles para a cidade, os deixa muito felizes”, disse Eni.
Eni também falou sobre a representação deste evento no contexto histórico e cultural de Parauapebas e região. “Para mim, eles [os índios] são os primeiros em tudo. Eles são os donos da terra, aliás eles são a terra, por isso credito que a cultura deles deveria sem bem mais valorizadas, antes mesmo das outras, que vieram depois. Mas acredito também que estamos vivenciando uma outra realidade iniciada hoje. A partir de agora a expectativa é que a cultura indígena possa estar mais presente, mais perto da população da cidade. Muitas pessoas que moram em Parauapebas nunca viram uma apresentação, então esta é a intenção trazer para mais perto da população a riqueza e a beleza da cultura indígena”, frisou.
A coordenadora também a gradeceu o apoio da prefeitura, que de acordo com ela todos os anos dá suporte à aldeia para comemorar este dia tão importante para o povo indígena da região do Catete.
Pedro Alcântara, funcionário público, que esteve prestigiando o evento, concedeu uma breve entrevista à reportagem e falou um pouco da importância da valorização dos índios pela sociedade. “Quando os portugueses chegaram no Brasil, os índios já estavam. As pessoas precisam entender, principalmente as novas gerações, que os índios, foram uns dos primeiros habitantes desta terra, além de serem nossos ancestrais, possuem uma saberia milenar. Então acredito que eventos como este devem ter continuidade, já que o Dia do Índio relembra a história da colonização brasileira valoriza a cultura indígena que deve manter-se viva e deve também ser comemorada por todos”, disse.
Sobre
Os Xikrin, grupo de língua Kayapó, que vivem nas Terras Indígenas Cateté e Trincheira Bacajá no estado do Pará, enfatizam a audição e a palavra. A fim de aguçar estas qualidades, os Xikrin perfuram, logo na infância, os órgãos correspondentes (orelhas e lábios). Ouvir está diretamente relacionado ao saber, à aquisição do conhecimento. A oratória, por sua vez, é uma prática social muito valorizada, como para os grupos kayapós em geral, que se definem como aqueles que falam bem e bonito – Kaben mei – em oposição a todos os outros povos que não falam sua língua. O dom da oratória é atributo dos homens e envolve discursos inflamados, realizados no centro da aldeia. (F0nte: pib.socioambiental.org)
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