A Secretaria Municipal de Assistência Social (SEMAS) e demais órgãos que integram o sistema de proteção da criança e do adolescente realizarão no próximo mês a campanha ‘Maio Laranja’. A atividade visa levar mais informações a população sobre o enfrentamento de abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes, em Parauapebas.
O trabalho de combate é realizado durante todo o ano, no entanto, nesse mês serão tratados com mais afinco, em específico entre os dias 17 a 20 de maio, quando se é comemorado o Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
Casos de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes em Parauapebas.
Em uma coletiva à imprensa, realizada nesta sexta-feira (26), realizada pela SEMAS foram apresentados um balanço com históricos de atendimentos nos últimos dois anos no município. Os dados apontam um número crescente de casos na cidade junto aos órgãos de combate. Quem comete este tipo de crime pode pegar 12 anos de prisão.
Atendimentos no Conselho Tutelar I
De acordo com o balanço, o número de ocorrências por abuso sexual, registradas no Conselho Tutelar I foram de 29 casos, durante todo ano de 2017.
Em 2018, este número saltou para 52, um aumento de quase 80% no número de casos. Nos primeiros três meses deste ano já forma registrados 12 ocorrências em todo o município.
Atendimentos no CREAS
O balanço aponta que no Centro de Referência Especializado de Assistência Social, em 2017 houveram 3011 atendimentos individuais ou familiares por violação de direitos e 102 por violência sexual.
Em 2018 este número foi 2351 atendimentos por violação de diretos e 113 casos de violência sexual.
Presidente do Comdcap, Aldo Serra esteve presente na coletiva.
Atendimentos Conselho tutelar II
Gardênia Martins, conselheira tutelar disse, em entrevista, que os casos apresentados são apenas a “ponta do Iceberg”.
Já no Conselho Tutelar II, no ano de 2017 foram realizados apenas 39 atendimentos por violência sexual entre a faixa etária de 0 a 19 anos de idade. De acordo com a conselheira tutelar, Gardênia Martins, o número de denúncias que chega aos órgãos de proteção é apenas uma pequena parte do que realmente existe, e que muitas vezes, por medo da exposição ou por não saber como denunciar as pessoas deixam de procurar ajuda. “É apenas a ponta de um Iceberg”, compara a conselheira.
Gardênia explicou que conselho tutelar é a porta de entrada mais conhecida para quem quer denunciar e por isso o órgão realiza o acompanhamento das vítimas durante a maior parte dos procedimentos. “Nós acompanhamos desde a denúncia até a delegacia, IML e psicólogo, pois nós entendemos que se deixarmos apenas a família acompanhar os procedimentos, a gente teme que eles não sejam realizados”, disse Gardênia.
O jornalista e advogado, Diego Pageú, falou sobre a importância da divulgação do cuidado ao tratar desses assuntos nos veículos de comunicação. “O jornalista constrói conhecimentos sobre a realidade social e nós temos a responsabilidade de levar até as pessoas o recorte da realidade, mas também precisamos ter cuidado com a produção desse conteúdo, por que essas crianças e as famílias delas já estão numa situação de exposição muito grave”, explicou o jornalista.
(Fernando Bonfim)