Um decreto publicado nesta terça-feira (23) pelo Governador do Estado do Pará, Helder Barbalho, reconhece a “Curva do S” como patrimônio histórico e cultural do estado. Há 23 anos [17/04/19] o local foi palco do “Massacre de Eldorado do Carajás”, uma desastrosa ação policial que resultou na morte de 19 trabalhadores rurais, ligados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Em seus três artigos, o Decreto de Leis Nº 8.856, de 22 de maio de 2019 instituído pela Assembleia Legislativa do Estado e sancionada pelo governador cita que o local – Fica declarado e reconhecido como patrimônio histórico e cultural do Estado e que a Lei objetiva a proteção do espaço da “Curva do S”, para destinação de manifestações artísticas e culturais, preservando a sua história como contribuição para evitar outros atos desta natureza.
O Massacre de Eldorado do Carajás
O Massacre de Eldorado do Carajás foi a morte de 19 Sem Terra, episódio ocorrido em 17 de abril de 1996 no município de Eldorado do Carajás, sudeste paraense em decorrência de uma ação da polícia militar.
Centenas de sem terras estavam acampados próximo à fazenda Macaxeira, e a PM tinha a ordem de desocupar a área.
A operação era comandada pelo coronel Mário Colares Pantoja, que foi afastado no mesmo dia. Ele também perdeu o comando do Batalhão de Marabá, naquela época. O ministro da Agricultura, Andrade Vieira, que era encarregado da reforma agrária naquele ano, pediu demissão na mesma noite.
Os 155 policiais militares que participaram da operação foram indiciados por homicídio em um inquérito policial e também foram levados a júri popular.