Todo inverno que se anuncia ou até mesmo uma chuva acima do esperado preocupa quem vive em áreas consideradas de risco ou propícias para alagamentos em Parauapebas. Realidade que deixa a costureira Fausta de Jesus, de 51 anos, apreensiva quanto ao futuro.
Moradora da rua Perimetral Norte, no bairro Liberdade I, ela coleciona transtornos e prejuízos. O motivo: a residência dela fica próxima ao Igarapé Ilha do Coco, um dos primeiros a transbordar com as fortes chuvas. No ano passado, a água alcançou 30 centímetros da parede da sala da casa dela. “Para reduzir os prejuízos, colocamos cerâmica nas paredes da casa, mas queremos que esse problema de enchente seja resolvido”, deseja a moradora, que vive ali há quase 16 anos.
O anseio da costureira Fausta de Jesus é o mesmo de Cleide Ribeiro, moradora da área conhecida por Riacho Doce, local também afetado por alagamentos e falta de infraestrutura. “Já perdi máquina de lavar, vasilhas e roupas”, enumera a agente de serviços gerais ao falar de um passado ainda muito vivo em sua memória.
Por conta desse cenário que chega a ser desolador, a gestão municipal se empenha para que o Programa de Saneamento Ambiental, Macrodrenagem e Recuperação de Igarapés e Margens do Rio Parauapebas (Prosap) mude a rotina dessas pessoas para melhor, sendo este o principal objetivo do programa: promover qualidade de vida para milhares de famílias.
Com o Prosap, os problemas com enchentes e alagamentos serão reduzidos nas áreas de intervenção, visto que o projeto envolve melhorias na macro e microdrenagem do município, visando justamente ao controle de alagamento de áreas urbanizadas. Conforme o engenheiro civil do Prosap, Thiago Oliveira, as principais intervenções vão ocorrer no sistema de drenagem e na coleta e tratamento do esgotamento sanitário.
“Com a implantação da rede de microdrenagem diversos pontos de alagamentos não existirão mais na cidade. Isso será feito com o avanço das obras, no decorrer de seis anos. Trata-se da construção de canal, de parques urbanizados, de sistema viário protegendo o canal. Vamos dar proteção ao Igarapé Ilha do Coco, por onde a obra vai começar”, afirma o engenheiro.
A próxima reportagem vai abordar a importância dos investimentos em esgotamento sanitário e a cobertura em coleta e tratamento de esgoto que Parauapebas terá com o término das obras do Prosap.