A Advocacia-Geral da União pediu ao ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, para entregar só uma parte do vídeo de uma reunião ministerial no Palácio do Planalto. O ex-ministro Sergio Moro afirmou que, durante essa reunião, o presidente Bolsonaro teria tentado interferir politicamente na Polícia Federal.
A Advocacia-Geral da União pediu que a entrega da gravação “se restrinja apenas e tão somente a eventuais elementos que sejam objeto do presente inquérito”. Ou seja, que o governo entregue apenas a parte do vídeo citada por Moro, e não a íntegra.
Na quarta-feira (6), a AGU já tinha solicitado que o ministro Celso de Mello reconsiderasse a necessidade de entregar toda a gravação da reunião do presidente Jair Bolsonaro com ministros no dia 22 de abril. Alegou que foram tratados assuntos potencialmente sensíveis e reservados de Estado, inclusive de relações exteriores. Ao recorrer, na prática, a AGU confirma que a gravação existe.
Em depoimento à Polícia Federal, o ex-ministro Sergio Moro disse que, na reunião, o presidente pressionou pela troca do superintendente do Rio de Janeiro, caso contrário trocaria o diretor-geral e o próprio ministro da Justiça. Segundo Sergio Moro, o presidente também pressionou pela entrega de relatórios de inteligência da Polícia Federal.