Desde que o auxílio emergencial e o saque do FGTS começou a ser pago, o aplicativo Caixa Tem, utilizado para movimentar o dinheiro, passa por instabilidades durante o período em que o valor é depositado para o beneficiário. O problema está causado transtornos e virou dor de cabeça para muitos brasileiros. Em busca de respostas, beneficiários são orientados a recorrer ao atendimento presencial nas agências, mesmo em meio à pandemia de covid-19.
A diarista Denise Silva, de 38 anos, chegou cedo à agência da Caixa na Quadra 102 do Sudoeste, o único jeito de resolver o problema que a impede de receber o auxílio emergencial de R$ 600. Ela conta que deveria ser beneficiada com a terceira parcela no dia 22 de julho, mas até agora não conseguiu receber nem a segunda parcela do benefício.
Para retirar o dinheiro em lotéricas ou caixas eletrônicos, o beneficiário precisa de um código gerado pelo aplicativo. Mesmo com o app instalado, Denise reclama da instabilidade no programa. “A única solução foi vir na agência, porque ligo no 111 e dizem que o dinheiro já caiu automaticamente na conta, mas não consigo acessar”, explica. “Conheço muita gente que está com o mesmo problema. Eu preciso desse auxílio, minhas contas estão todas atrasadas”, desabafa a diarista.
O operador de caixa Fernando Alves, de 38 anos, enfrenta o mesmo problema. Ele tenta acessar o auxílio emergencial do FGTS, creditado nesta segunda-feira (20/7), aos trabalhadores nascidos em abril. “O aplicativo não funciona. Coloco meus dados no cadastro e aparece uma tela pedindo para voltar ao início novamente. Por isso vim na agência ver o que podem fazer no meu caso”, comenta. O valor do saque é de até R$ 1.045, considerando a soma dos saldos de todas as contas ativas ou inativas com saldo no FGTS.
Os relatos dos usuários nas redes sociais indicam que as instabilidades no app acontecem desde o acesso, passando por serviços indisponíveis, até o “sumiço” do benefício do extrato do Caixa Tem. A outros usuários, a plataforma pede para regularizar o cadastro do aplicativo.
Caixa se explica
O Correio está em contato com a Caixa Econômica Federal há duas semanas para entender o que os usuários que enfrentam problemas podem fazer para resolver a questão. O banco alega constantemente que os problemas são causados pela alta demanda – que já registrou mais de 500 mil acessos simultâneos – e diz que as falhas não estão associadas a ataques hackers, ao contrário do que admitiu o presidente da instituição Pedro Guimarães, na sexta-feira (17/7).
Segundo a Caixa, em alguns casos de “sumiço” do dinheiro das contas, é possível que o auxílio tenha sido transferido automaticamente da conta social para a conta bancária informada pelo beneficiário no momento do cadastro.
Já nos casos de bloqueios, o banco explica que a área de segurança “monitora continuamente as contas e acessos e, em caso de suspeita, realiza o bloqueio preventivo da conta para proteger os clientes”. Nesses casos, usuários que recebem a mensagem: “procure uma agência da Caixa com seu documento de identidade para regularizar seu cadastro”, devem seguir essa orientação para a regularização do acesso e conta.
Segundo a instituição, já foram pagos mais de R$ 121 bilhões em auxílios para 65,2 milhões de pessoas desde o início da pandemia de covid-19.
Fonte: Hellen Leite