O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou nesta terça-feira (11) que a Rússia é o primeiro país do mundo a registrar uma vacina contra o novo coronavírus. Apesar do anúncio, sabe-se pouco sobre a eficácia dessa vacina, e ela vem sendo questionada por especialistas internacionais.
“Esta manhã uma vacina contra o novo coronavírus foi registrada pela primeira vez no mundo”, disse o chefe do Kremlin em reunião com o Gabinete de Ministros.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) tem uma página internet na qual mostra em que estágio de desenvolvimento estão as pesquisas de vacinas ao redor do mundo. A última atualização dessa informação foi feita em 31 de julho. Nela, consta que a vacina russa do Instituto Gamelaya está na fase 1 do processo – seria necessário observar três fases completas para começar a vacinar em massa.
Mais de 100 vacinas estão desenvolvidas em todo o mundo, e pelo menos 4 delas estão na fase 3, a final, de acordo com a OMS.
Segundo a agência de notícias Reuters, a imunização russa se chamará Sputnik V, em alusão à corrida espacial da Guerra Fria entre União Soviética e Estados Unidos. O Sputnik I foi o primeiro satélite a orbitar a Terra, lançado pelos soviéticos em 1957.
Parceria com o Brasil
No dia 24 de julho, o governo do Paraná anunciou que estudava uma parceria com a Rússia para produzir a vacina.
Segundo o anúncio, o embaixador russo no Brasil, Sergey Akopov, se reuniu com o chefe da Casa Civil paranaense, Guto Silva, em Brasília.
“Tivemos a aprovação do embaixador e agora os protocolos do acordo serão preparados pelas equipes do Paraná e da Rússia. Em seguida será agendada uma reunião dele com o governador Carlos Massa Ratinho Junior para a finalização dessa parceria, que pode incluir, ainda, a produção de medicamentos para a doença”, informou Guto Silva.
Sem detalhes sobre o processo russo
A Rússia não publicou nenhum estudo ou dado científico sobre os testes que realizou. Não se conhecem os detalhes sobre as fases do processo, que geralmente devem ser cumpridos antes de uma nova vacina ser aprovada e lançada no mercado.
Segundo o presidente Putin, no entanto, a vacina russa é “eficaz”, passou em todos os testes necessários e permite obter uma “imunidade estável” contra a Covid-19.
As agências internacionais informam ainda que o presidente russo afirmou que uma de suas filhas já tomou a vacina. Suas filhas são Maria, de 35 anos, e Ekaterina, 34. As agências não souberam informar qual delas teria tomado a vacina.