Uma força-tarefa do Ministério Público de Minas Gerais, Receita Estadual e Polícia Civil cumprem na manhã desta terça-feira (22), 18 mandados de busca e apreensão em Belo Horizonte e na cidade de Nova Lima, na Região Metropolitana.
Os alvos da operação denominada “Ponto sem nó” são empresários, diretores e funcionários da marca de roupas femininas Skazi, conhecida no Brasil e no exterior. Um vestido vendido na loja custa R$ 3.599, 90.
Segundo o Ministério Público, as fraudes investigadas consistiriam na venda de mercadorias sem a emissão de nota fiscal ou subfaturamento, quando é colocado nos documentos valores bem abaixo daqueles realmente pagos pelos clientes.
De acordo com as investigações, os alvos da operação seriam responsáveis por executar “esquema estruturado e contínuo” de sonegação de ICMS na comercialização de roupas e acessórios de luxo, causando prejuízo milionário aos cofres públicos. O valor desse prejuízo não foi divulgado pelo Ministério Público.
“Chamou a atenção da receita a questão deles estarem no Simples Nacional. Só vocês terem uma ideia, o mercado da moda, Belo Horizonte é um polo da moda, né? E esse mercado da moda ele movimento por ano algo como 1,7 bilhão de reais de movimentação econômica. Aí chamou a atenção o recolhimento da empresa. No Simples Nacional, eles não estavam recolhendo a altura do porte”, contou Francisco Lara, auditor fiscal e coordenador da operação.
Além disso, o Ministério Público explicou que o “grupo econômico propositadamente organizou-se de modo fragmentado em pequenas empresas, algumas em nome de “laranjas”, com o objetivo de enquadramento simulado no Simples nacional. Dessa forma, os investigados se beneficiariam da diminuição ilícita de tributos devidos”.
Além de crimes tributários, os investigados podem responder pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.
O Ministério Público ainda disse que a Skazi “detém um nome bastante conhecido no mercado” e, em meados de 2019, foi adquirida por um grupo que administra outras marcas famosas nacionalmente.
“A grife participa de importantes eventos de moda pelo país, com a participação de celebridades e influenciadores digitais para divulgação na mídia e em redes sociais”.
Às 14h43 a assessoria da Skazi enviou uma nota ao G1 informando que a empresa “recebeu com surpresa a força-tarefa nas dependências de sua fábrica, em Belo Horizonte , e está colaborando com os órgãos competentes e se coloca à disposição da Justiça para o esclarecimento dos fatos”.
Fonte: Por Maria Lúcia Gontijo, G1 Minas — Belo Horizonte