Feita para, naturalmente, ser palco do agronegócio dando a este visibilidade, a 17ª Feira Agropecuária de Parauapebas (FAP), ocorrida de 4 a 8 de outubro, no Parque de Exposições Lázaro de Deus Vieira Neto, não cumpriu seu papel. Fato notado no insignificante número de expositores de animais, apenas 2, sendo 1 vindo da Paraíba, e apenas 1 deles de Parauapebas.
Outra prova de desinteresse foi dos produtores de leite, já que no torneio leiteiro apenas 2 inscreveram suas vacas para a competição. Notado ainda ser os mesmos que tem participado ao longo de algumas edições da FAP, sinal de que os organizadores não têm conseguido atrair os olhares de novos participantes.
A ausência da participação foi além, sendo notada a baixa participação de expositores de equipamentos agrícolas e, os poucos que estavam por lá, tiveram seus stands com baixíssimo número de visitantes.
E falando em visitantes, foi baixa a presença de público mesmo com 60% das noites sendo de portões abertos. Apenas no encerramento, na noite de domingo, 8, notou-se um número de público, quase que, satisfatório. Houve dias em que eram vistos mais seguranças do que público.
Mas, voltando na noite de abertura da FAP, quarta-feira, 4, era notado na maioria dos stands trabalhadores ainda realizando trabalhos básico de instalações como, por exemplo, cavando buracos; e alguns deles nem conseguiram funcionar. O pequeno público chegou ao Parque de Exposições e notava a “desorganização” no quesito planejamento.
E diferente dos tempos áureos da FAP, percebeu-se ainda incontáveis espaços do parque de exposições vazios, sinal claro de que o interesse de expositores e comerciantes de alimentos, bebidas e atrações recreativas, foi baixo. Ainda bem, né, pois, no Parque Infantil era baixo o movimento, sem as filas na entrada de cada brinquedo como se via nos tempos de feira movimentada.
AQUECIMENTO DA ECONOMIA
A movimentação externa, costumeiramente fomentada pela FAP, desde os dias que antecede, a saber: vendas de vestuários, calçados, tralhas etc., também foi aquém do esperado, e isso era percebido nos “trajes” das pessoas vistas no parque de exposições, já que usavam roupas comuns de outros segmentos de eventos.
Durante as 5 noites do evento era também aquecimento garantido no transporte público, período em que os moto taxistas, taxistas e outros segmentos faturavam alto. Porém, abordados pela nossa equipe de reportagens, alguns disseram que nem notou que estava acontecendo a FAP.
Administradores da rede hoteleira também disse não ter sentido nenhum impacto no caixa vendo os apartamentos com movimentação comum a outros períodos do ano.
O QUE PODE TER AFUGENTADO O PÚBLICO?
A notar da chegada, o preço do estacionamento já era motivo de espanto para quem precisava guardar seu veículo e entrar ao Parque de Exposições Agropecuária; pasme: R$ 30,00 para carro, e R$ 15,00 para moto. Quanto aos preços de alimentos e bebidas, como sempre, foram muito acima da média praticado em ambientes comuns fora da FAP.
Porém, o preço da bebida foi puxado, para cima, pelo detentor da concessão do comércio de bebidas aos “barraqueiros”, sendo que a cerveja que é comercializada nos supermercados (gelada) a R$ 37,50, era entregue dentro do parque de exposições (natural) por aproximadamente R$ 60,00.
O ponto que pode ter afugentado os comerciantes e expositores é o preço das diárias pagas para utilizarem os espaços internos, preço que, segundo eles, por mais que vendessem sairiam endividados.
Ah, os que estão nos espaços externos, na área do Parque de Exposições, contaram à nossa equipe que no próximo ano serão taxados. Alguns deles já adiantaram que, pelo notado este ano, se tiver que pagar diária, não estarão lá. Mesmo eles tendo em seu favor, a liberdade de escolher seus fornecedores.
Ufa, ainda bem que foram apenas 5 noites, pois, se fossem as longas 9 costumeiras noites, o rombo teria sido beeem maior.