247 – A próxima pandemia pode se originar na selva amazônica, onde a penetração humana no habitat de outros animais pode gerar desequilíbrios ecológicos e contribuir para o aparecimento de doenças zoonóticas. Isso é afirmado em entrevista à AFP pelo ecologista brasileiro David Lapola, que enfatiza que “a Amazônia é uma grande receptora de vírus” e, ao varrê-la, “estamos testando nossa sorte”.
Lapola explica que, embora a floresta amazônica ainda tenha extensas áreas preservadas, “há cada vez mais desmatamento, mais degradação”. “Quando você gera esse desequilíbrio ecológico, altera essas cadeias, nesse momento o vírus pode pular [de animais para humanos]”, diz o cientista, segundo Russia Today.
O ecologista lembra que padrões semelhantes já foram vistos nas décadas anteriores com HIV, Ebola e dengue. “É um relacionamento histórico, todos eles eram vírus que se espalham amplamente por desequilíbrios ecológicos”, diz ele.
Embora a maioria desses surtos tenha sido concentrada até o momento no sul da Ásia e na África – freqüentemente ligada a certas espécies de morcegos – a grande diversidade da Amazônia pode tornar a região “o maior repositório de coronavírus do mundo”, diz Lapola. , referindo-se aos coronavírus em geral.
“É mais uma razão pela qual não devemos fazer esse uso irracional, que agora está aumentando ainda mais, de nossa Amazônia”, enfatiza.
“Está provado que o avanço do desmatamento depende de quem nos governa. A boa notícia é que os governos são passageiros”, salienta o ecologista, que espera que “em um futuro governo trataremos esse enorme tesouro biológico, talvez o maior do planeta, com mais cuidado, “.
Na opinião do cientista, é necessário “refazer a relação da sociedade com as florestas”, porque, embora a disseminação de novas doenças dessas áreas “seja um processo muito complexo de prever, é melhor usar o princípio da precaução e não colocar a nossa sorte à prova “, conclui.
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