Os limites presentes da ignorância e do obscurantismo humano nos fazem compreender o quanto ainda temos que avançar em políticas públicas voltadas a educação cultural do nosso município, e do nosso povo, o quanto temos errado ao longo do tempo em construir um modelo cultural de eventos que não dialoga com a população, enquanto a classe trabalhadora vive rotinas absurdas de mudanças de turnos, violência entre os jovens nos bairros periféricos do município em uma cidade onde o lazer, o entretenimento e fruição das artes, ainda não se impôs na rotina e no dia a dia dos nossos munícipes. O incêndio da obra artística do mestre Afonso Camargo, cujo o trabalho foi vilipendiado enquanto obra pública, e o artista foi agredido no seu mais nobre ofício, em um momento de profunda convulsão política eleitoral, circunscrevendo dessa feita uma página de profunda reflexão sobre a cultura municipal, na qual estão relacionadas também, a educação e o turismo do nosso povo.
Impondo ao governo atual e ao seu parlamento medidas e ações concretas, que priorizem a dimensão das práticas artísticas e sociais voltadas a educação de nossas crianças, jovens e adultos. O que perpassa também pela formação acadêmica municipal os cursos do IFPA – Instituto Federal de Educação e também a construção do campo da UEPA em Parauapebas, deverá ter necessariamente o referido víeis, voltados aos cursos de Turismo, História, Literatura e Artes na região, como Artes visuais, Arte Cênica, Letras, Cinema e Música, História e Turismo, transformando Parauapebas, naquilo que ela já é decididamente, desde seu inicio, em uma cidade multicultural. Potencializando dessa feita um turismo ecológico, não apenas centrado em uma política de eventos, mas potencializando sua economia criativa de seus fazedores e mestres. Cuja a historiografia social do município vai se perdendo todos os dias por falta de políticas públicas voltadas ao setor.
O fato acontecido acima nos ilustra não apenas a ponta de um gigantesco iceberg das problemáticas que envolvem “o setor cultural do município”, mas também urgentemente que, Parauapebas precisa passar por uma “Revolução Cultural” que envolve, a construção dos grandes prédios públicos, como o Teatro Municipal de Parauapebas, a nova Biblioteca Pública, o Centro de Convenções, a Casa da Cultura, a Cidade do Samba, os prédios definitivos da Escola de Música e da SECULT, cuja a paisagem a cidade ainda não se acostumou a ver, e deve surgir a sombra de nossos ipês. Sobre a Câmara Municipal está a responsabilidade, antes que o ano termine de aprovar, o tão esperado “Sistema Municipal de Cultura”, que se apresentará também como: A Lei de Incentivo á Cultura, o Calendário Municipal de Cultura e etc. O que irá se impor como um desafio a sua implementação nos anos que se seguirão. O segmento cultural municipal, deve ser olhado com mais carinho, um programa de habitação deve ser efetuado, afim de atender essa parcela da sociedade que ainda não tem sua casa própria. Enquanto não se mudar o viés construído até aqui veremos cenas grotescas e o desrespeito aos operários das artes em Parauapebas. O ato de fazer cultura é um ato de suprema coragem e persistência. Viva o mestre Afonso Camargo !!!!
Fonte: Doddy Amancio