A Secretaria Municipal de Segurança Institucional e Defesa do Cidadão (Semsi), por meio da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Condec) retornaram às áreas alagadas pela forte chuva, que ocorreu no dia 31 em Parauapebas. A visita consiste em realizar um cadastramento para ter um balanço real de quantas famílias tiveram suas casas danificadas pela enchente.
A equipe de reportagem do Portal Carajás o Jornal acompanhou a uma visita realizada pela defesa civil no bairro Casas Populares II, onde em alguns lugares a água atingiu quase três metros de altura, fazendo uma casa ser arrastada pela enxurrada. O balanço ainda não foi concluído, mas segundo os dados preliminares da defesa civil, mais de 200 famílias moram no local e foram afetadas com a forte chuva.
A casa de madeira do senhor Aldenor Ramos foi completamente destruída com chuva. A forte correnteza arrastou as pilastras de sustentação fazendo com que a casa viesse ao chão. Ele conta que vinha do trambalho e quando chegou a casa estava toda submersa. “Eu saí de manhã para ir ao serviço. Eu sempre passo o dia lá, e só chego de noite em casa. É engraçado que eu já estou acostumado a passar inverno e verão nessa casa e nunca tinha acontecido isso. No dia da chuva, eu voltava na direção da minha casa, levando um kg de arroz, pensando que ia encontrar minha residência, mas quando eu vi. Cadê meu barraco? Eu tive que voltar para o meu trabalho e eu estou dormindo lá agora, passo o dia e a noite. Tudo o que eu tinha estava lá dentro, e outras coisas que eu tinha a água levou. Nem roupa mais eu tenho”, conta o morador, ressaltando que já realizou o cadastro da defesa civil, e agora aguarda duma resposta para melhorar sua vida.
O coordenador municipal da defesa civil, Valvir Nogueira, conta que os trabalhos de resgates nas áreas de maior urgência começaram às 4h da manhã e que eles continuaram sendo feitos durante toda a semana, acompanhado as famílias que estarão retornando ao local. “Esse trabalho é muito importante que a defesa civil faz, sempre que acontece algo como foi essa cheia aqui. Foi uma chuva passageira, mas que prejudicou muitas famílias. Nós agora estamos continuando um cadastramento para saber quantas pessoas estão desabrigadas, pois nós temos que todo o cadastramento pronto, para que quando nós venhamos a fazer os primeiros socorros, já iremos saber sabemos onde elas mcomo localizar essas pessoas”, reforça Valvir.
Outra vítima da forte chuva foi a dona Luzinete dos Prazeres. Ela tem 59 anos e é moradora do Bairro há 6 anos. A casa dela fica na parte mais baixa do bairro, às margens de um córrego. A palafita suspensa há mais de dois metro de altura foi alagada quase um metro acima do piso. “O socorro que a gente pediu foi ligar para a polícia que solicitou a defesa civil, que vieram e pegaram a gente. A situação estava caótica, tudo enchendo e a gente tentando salvar as coisas, eu estava com muito medo de minha casa cair com tudo em cima da gente, das crianças. Só conseguiram salvar a gente mesmo, as nossas coisas ficaram nos barracos, ficou tudo para trás. Minha esperança agora é que eu seja contemplada com algum projeto de habitação, minha fé é essa, para eu sair daqui”, relata a idosa.
A casa da Luzinete dos Prazeres fica suspensa há mais de dois metros de altura foi alagada.
A casa de madeira do senhor Aldenor Ramos foi completamente destruída com chuva.
A forte correnteza arrastou as pilastras de sustentação fazendo com que a casa viesse ao chão.
Casa da Luzinete dos Prazeres.
Valvir Nogueira, coordenador municipal da defesa civil.
Reportagem: Fernando Bonfim da Redação do Portal Carajás o Jornal