Crise na FIEPA: Diretoria Destituída Tenta Invadir Reunião do Conselho SESI/SENAI

Em um desdobramento conturbado na Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA), a diretoria destituída, liderada pelo ex-presidente Alex Carvalho, tentou invadir uma reunião do Conselho SESI/SENAI, em um contexto marcado por intensas disputas internas e a judicialização do processo eleitoral da entidade.

A crise teve início quando o presidente José Conrado, prevendo uma possível judicialização da prorrogação de seu mandato, convocou eleições para maio de 2022. Contudo, o novo presidente só assumiria o cargo em agosto de 2023, mais de um ano após o término do mandato anterior. Essa situação configura uma clara violação da legislação e do Estatuto da FIEPA, que estabelece um prazo mínimo de 90 dias entre o fim do mandato e a realização das eleições.

A convocação das eleições desencadeou a primeira judicialização do pleito na FIEPA. A Justiça do Trabalho, ao analisar o pedido da oposição, decidiu rejeitar a convocação das eleições, uma decisão que foi posteriormente ratificada pelo 2º grau de Jurisdição, consolidando a vitória da oposição.

Após a posição da Justiça do Trabalho, a FIEPA cancelou a publicação das eleições marcadas para maio de 2022, numa tentativa de forçar a perda do objeto do processo judicial movido pela oposição. No entanto, as provocações à Justiça culminaram em uma nova reviravolta: no dia 29 de outubro de 2024, após a terceira anulação judicial das eleições, foi instaurada uma junta governativa responsável por administrar a entidade e convocar novas eleições.

Com essa intervenção, Alex Carvalho, que foi apontado como um mero cumpridor de ordens de Conrado e seu aliado, José Maria Mendonça, foi destituído do cargo, assim como toda a diretoria que o acompanhava.

O longo processo judicial que envolve a FIEPA expõe não apenas os conflitos internos da entidade, mas também levanta questões mais amplas sobre a transparência e a responsabilidade na administração de instituições representativas. A legitimidade das eleições da FIEPA foi questionada em diversas ocasiões, e a atuação da Justiça do Trabalho tem sido fundamental para assegurar que as normas estatutárias sejam respeitadas e que as eleições se realizem de maneira justa e em conformidade com os parâmetros legais.

Esse episódio evidencia a importância de uma governança clara e transparente, além da necessidade de um diálogo aberto e construtivo entre os membros da entidade, a fim de restaurar a confiança e a legitimidade em sua administração. A FIEPA, portanto, enfrenta o desafio de reconstruir sua imagem e suas práticas de gestão, buscando um futuro mais estável e democrático.

Texto: Soraia Monteiro