O dólar fechou em queda de mais de 2% nesta sexta-feira (8), reagindo a renovadas apostas no impeachment da presidente Dilma Rousseff e à recuperação dos mercados externos após um dia de forte aversão a risco. Foi o maior recuo em seis meses, segundo a Reuters.
A moeda norte-americana terminou o dia vendida a R$ 3,5965, em queda de 2,63%. Veja a cotação do dólar hoje
Na semana, no entanto, a moeda acumulou alta de 0,94%.
Operadores citaram levantamentos apontando que um número maior de deputados estaria disposto a votar a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff, perspectiva que tem sido associada à queda do dólar. Muitos operadores acreditam que eventual troca no governo poderia favorecer a entrada de capitais no país.
Além disso, repercutiu bem no mercado a decisão do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de se manifestar no Supremo Tribunal Federal (STF) contrário à posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro-chefe da Casa Civil.
“A reação dos mercados até ontem dava a entender que o cenário havia mudado radicalmente, mas isso não é verdade. O mercado corrigiu isso hoje, porque o cenário base ainda é o de impeachemnt”, disse o operador de uma corretora internacional.
A consultoria de risco político Eurasia Group estima chance de 60% de Dilma sofrer impeachment neste mês.
Nos mercados externos, o dólar também se enfraquecia contra as principais moedas emergentes conforme o pessimismo da sessão anterior perdia fôlego. O gatilho foi a recuperação dos preços do petróleo, que saltaram mais de 6% diante de esperanças de congelamento na produção global.
“Os mercados vão terminar a semana com um tom mais positivo”, escreveram analistas do Scotiabank em nota a clientes.
Fonte: G1