O dólar opera em forte queda nesta quinta-feira (3), abaixo de R$ 5,15, refletindo a fraqueza da moeda norte-americana no exterior em meio a expectativas de mais estímulo econômico nos Estados Unidos e otimismo em relação à distribuição de vacinas para a Covid-19. No Brasil, concentrava a atenção dos investidores a divulgação dos números do PIB (Produto Interno Bruto) do 3º trimestre.
Às 13h54, a moeda norte-americana recuava 2,02%, cotada a R$ 5,1355. Na mínima até o momento, chegou a R$ 5,1216 – menor cotação intradia desde 29 de julho (R$ 5,1160). Veja mais cotações.
Já o dólar turismo era negociado a R$ 5,3515.
O Ibovespa operava em alta, acima dos 113 mil pontos.
Na quarta-feira, o dólar comercial fechou em alta de 0,25%, a R$ 5,2413. Na parcial de dezembro, a moeda norte-americana acumula queda de 1,97%. No ano, o avanço ainda é de 30,71%
O Banco Central fará neste pregão leilão de swap tradicional para rolagem de até 16 mil contratos com vencimento em abril e agosto de 2021, destaca a Reuters.
Cenário local e externo
Segundo Luciano Rostagno, estrategista-chefe do banco Mizuho, principalmente fatores externos pressionavam a moeda norte-americana frente ao real nesta quinta-feira.
“Há expectativa de taxas de juros baixas em todo o mundo, esperanças em relação a um pacote de ajuda (fiscal) nos EUA e otimismo em relação a vacinas… Isso acaba contribuindo para o bom humor dos mercados”, afirmou à Reuters.
O líder da maioria na Câmara dos EUA, Steny Hoyer, expressou esperança de que um acordo de estímulo fiscal possa ser alcançado “nos próximos dias”, e qualquer legislação provavelmente precisará ser complementada com mais ajuda no próximo ano.
As esperanças de mais apoio para empresas e cidadãos da maior economia do mundo se somavam ao otimismo em torno da distribuição de vacinas para a Covid-19, depois que o Reino Unido aprovou nesta semana o imunizante da Pfizer e da BioNTech. A vacina poderá começar a ser aplicada aos mais vulneráveis já na semana que vem.
Na agenda do dia, o IBGE divulgou mais cedo que o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 7,7% no terceiro trimestre – retirando o país da recessão, mas sem recuperar as perdas da pandemia.
Os números do PIB vieram mais fracos do que o esperado. A expectativa do mercado era de um crescimento de 8,8% em relação ao trimestre anterior, segundo a mediana das estimativas levantadas pelo Valor Econômico.
A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia avaliou nesta quinta-feira que o crescimento econômico do terceiro trimestre, embora abaixo do esperado pelo mercado, confirma a retomada em V da atividade, quadro que dispensa a necessidade de auxílios do governo para o próximo ano.
Do lado mais estrutural, o foco dos mercados segue voltado para a sustentabilidade fiscal do Brasil e as incertezas sobre a aprovação de medidas de ajuste fiscal para garantir a saúde das contas públicas.
Na véspera, o Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou que uma “recuperação robusta e inclusiva” da economia brasileira depende do avanço de reformas estruturais” e da sustentabilidade da dívida pública.
No exterior, a atividade empresarial da zona do euro contraiu com força em novembro depois que governos em todo o bloco retomaram as medidas de lockdown para tentar conter uma segunda onda de infecções por coronavírus. O PMI Composto da IHS Markit despencou a 45,3 em novembro de 50,0 em outubro — a marca de 50 separa crescimento de contração.
A economia do bloco vai contrair de novo neste trimestre, de acordo com pesquisa da Reuters, mas com esperanças de uma vacina e de suporte adicional do Banco Central Europeu, as estimativas de crescimento trimestral para o próximo ano foram melhoradas.
Fonte: Por G1