Já foram destruído 12 quilos de explosivos que foram apreendidos em torno da sede da Prosegur, alvo do ataque de criminosos na madrugada da última segunda-feira (5), no Núcleo Cidade Nova. Utilizando bananas de dinamite, os bandidos derrubaram o prédio da seguradora de valores para chegarem ao cofre, mas uma parte dos explosivos não foi detonada durante a ação, tendo sido apreendida pelo Exército Brasileiro por decisão judicial.
A destruição aconteceu na área do 23º Batalhão Logístico de Selva (Blog Sl), às margens da Rodovia Transamazônica (BR-230), em Marabá, na manhã de quinta-feira (8), e foi acompanhada pela imprensa a convite do EB. As bananas foram colocadas em um buraco no chão, em meio à mata e longe de onde pudesse causar acidentes. O tenente-coronel Miguei Vargas, comandante do 23ª Blog Sl, explica que o buraco serve para direcionar a explosão e para que o risco seja minimizado.
“Sempre que fazendo a detonação de explosivo existe um risco para as pessoas próximas e que estão manuseando, mas saiu tudo de acordo com o que a gente tinha planejado. A explosão foi direcionada para o fundo do fornilho e para a região superior. Podemos ver pelo efeito produzido no terreno que está tudo dentro da normalidade e não há sobra nenhuma de explosivo, todo material foi destruído”, declarou.
Conforme ele, além dos 21 Kg de TNT foram apreendidas mais duas espoletas elétricas. “Esse material explosivo tem por característica a produção bastante grande de gases e isso torna ele bastante instável, por isso existe a necessidade de que essa destruição seja feita no mais curto prazo”, comentou, acrescentando que a destruição também foi feita após ordem judicial. O EB, que é órgão fiscalizador da fabricação e comércio desse material, geralmente empregado em pedreiras e minas, tenta agora identificar a origem dele.
“Esse tipo de explosivo apresenta lote e em cima disso e sabendo o local de fabricação existe condições de ser feito o rastreamento de onde saiu esse material e qual deveria ter sido o destino dele que não em mãos de criminosos. Além da investigação criminal pela Polícia Civil, o EB vai fazer também o rastreamento para tentar identificar onde foi produzido, que destino deveria ter tomado e, se possível, fazer o levantamento de quem são os responsáveis por esse extravio de material explosivo que acabou sendo utilizado para crime. Tudo foi catalogado e fotografado de maneira que a gente tenha condições de rastrear”.
O comandante destaca, ainda, que pela forma como os explosivos foram encontrados dispostos no local do crime, acredita-se que aproximadamente um terço do material não explodiu durante a ação. “Por ocasião do acionamento da carga explosiva pelos criminosos o que aconteceu é que parte da carga foi acionada, mas por alguma falha na montagem do dispositivo que foi utilizado outra parte acabou sendo arremessada para longe do local de acionamento. Dá para ver pela situação em que o imóvel se encontra que a quantidade de explosivo estava bastante superdimensionada para a realização da ação, por isso acabou destruindo não só o cofre como praticamente o imóvel inteiro. Se todo o explosivo tivesse sido acionado, o impacto teria sido muito maior”. Conforme ele, a maior parte do explosivo não detonado foi encontrada previamente montada e preparada para ser colocada na parede do cofre.
O 23º Blog Sl possui uma equipe especializada em manuseio e destruição de material explosivo de toda ordem, explica o tenente-coronel Vargas. “Temos um quadro com tenente e sargento, ambos de carreira, que têm especialização no manuseio de material explosivo. Toda oportunidade em que se exige a destruição de engenhos falhados e explosivos estes militares são empregados, com especialização e bastante experiência na área, são indicados para realizar esse tipo de ação”. Além disso, o Exército Brasileiro possui os equipamentos de segurança adequados, como a roupa utilizada pelos militares no momento da ação. Mesmo protegidos, eles têm quatro minutos para se afastarem do local até que a detonação ocorra.