A vítima foi assassinada a tiros no interior da residência que morava no bairro Tropical II, em Parauapebas. Ela foi identificada como Taiane de Kassy Mendes da Silva, de 31 anos de idade e estava grávida de seis meses. O crime aconteceu na noite de quinta-feira (26), e chocou os moradores do bairro.
Taiane de Kassy Mendes da Silva chegou a ser socorrida e levada ao Hospital Geral de Parauapebas (HGP), mas a vítima não resistiu aos ferimentos e morreu minutos depois de dado entrada na unidade de saúde. Os médicos ainda tentaram salvar a criança, através do procedimento cirúrgico cesárea, mas infelizmente o feto também veio a óbito. O bebe não resistiu, pois foi atingido na cabeça na barriga da mãe. Segundo informações da equipe médica, Taiana estava gravida de uma menina.
O Departamento de Homicídios da 20ª Seccional Urbana de Polícia Civil investiga o caso e tenta localizar o assassino. Nesta sexta-feira, 27, o delegado Dufrae Abade Paiva, responsável pela apuração do caso, ouviu o depoimento de testemunhas e familiares da vítima, um delas foi o atual companheiro de Taiane. Em depoimento, Fernando Linhares Aguiar, de 20 anos, conhecido como “Loirinho” relatou a polícia que acredita que o crime foi cometido pelo ex-namorado de sua companheira e pelo irmão dele, e que teria reconhecido eles pelas roupas, apesar de os dois estarem usando capacetes no momento do ocorrido. Ele relatou ainda que a atual e o ex da mesma tinham um histórico de desentendimentos.
Segundo Fernando, chegou a ouvir boatos de que ‘eles’, se referindo às pessoas de quem suspeita, não gostavam dele. “O irmão de um desses caras era namorado da minha mulher e eu acho que foi ele. Eles tinham raiva de nós dois, sempre tiveram raiva”, afirma. Fernando prefere não identificar publicamente as pessoas de quem suspeita.
Fernando já possui ficha criminal pelo crime de tráfico de drogas e relatou que meses atrás, no início da gravidez da mulher, ele foi preso de posse de uma pequena quantidade de entorpecentes. Mas após o ocorrido ele decidiu mudar de vida, e abandonou o mundo do crime e começou a trabalhar com atividade lícita para criar o filho e cuidar da família.
“Já estou longe do crime há algum tempo, decidi mudar de vida quando a polícia me prendeu pela última vez, quando a polícia me pegou e falou ‘vou te dar uma chance, Loirinho’ porque eu falei que minha mulher estava grávida e eles disseram, ‘tu é um cara novo, trabalha’, e eu prometi que não ia mexer mais com droga, que ia querer criar meu filho”, relatou Fernando.
Fernando relatou a nossa equipe de reportagem que já há algum tempo, após sua decisão de mudança, ele e a esposa estavam no Bairro Ipiranga quando foi abordado por uma pessoa que chegou até os dois acusando o casal de ter ligação com a facção criminosa Comando Vermelho. “Teve um doido que começou a falar que eu era CV, que eu e ela éramos CV. Eu disse que não sou de facção, que quero criar meu filho e ficar de boa com a minha família”, disse.
De acordo com o atual marido da vítima, há algumas semanas, dois homens invadiram a casa da sogra, onde o casal vivia, e roubaram o aparelho celular e uma televisão. “Minha sogra é evangélica, estava lá preparando um bolinho e um pudim e só escutou eles chegando e perguntando onde estava a droga e onde estava o Loirinho. Ela disse que eu não mexo mais com isso, que nem a roupa do Natal eu comprei porque estava sem dinheiro”, e desde então, segundo o casal passou a receber ameaças através do aparelho celular levado pelos criminosos da casa da sogra.
A polícia trabalha agora para elucidar o caso e prender os autores do crime que vitimou mãe e filha. O corpo da mãe e o feto foram removidos pelo Instituto Médico Legal (IML) de Parauapebas e passam por exame de necropsia.
(Neide Folha)