(*) Luiz Carlos Pinto Ribeiro
Qual o objetivo da Filosofia? – A Filosofia tem como único objetivo, o conhecimento. Ela procura a verdade, prescindindo de eventuais utilizações prática. A filosofia tem a finalidade puramente teorética, ou seja, contemplativa. Ela não procura a verdade, por um motivo que não seja a própria verdade, por isso é livre, realizando-se na pura contemplação da verdade.
Pensando bem, o contexto social dos últimos anos encontra-se marcado pela presença esfuziante das novas técnicas de informatização e comunicação. Mas, temos algumas particularidades, muitas ideias são produzidas e apresentadas de forma pronta e acabada, afirmando verdades como as tintas de um grande pintor que não conhecemos, onde ele diz aquilo que é, e não abre guarda para discutir que pode ser de outras formas, e, isso gera a paz da acomodação, e igual a sapos estamos sendo fervidos até a morte. Esta realidade aparece como algo já feita, já concluída, e que muitas vezes, não precisa ser mais pensada. No entender de Antônio Rogério Magri, criador do neologismo: “imexível”. Diante deste fenômeno cultural emergem alguns questionamentos, tais como: Por que fazer? Por que conhecer? Por que estudar? Por que filosofar?
A humanidade presente está acomodada diante do que o homem de ontem deixounos como herança, deixando de ir buscar conhecer como as coisas existem, pensando que tudo deve ser diferente, mas espera que outros realizem. Fazemos parte de uma sociedade que nos propicia uma realidade que podemos explorar como também escolher. Sob este aspecto, visualizamos a falta que nos faz a filosofia como mecanismo de ajuda para vermos a verdade que liberta. Perguntamos-nos com perplexidade, por que fomos privados desse instrumento de construção do nosso ser? Por que pensamos sobre nós mesmos e a nossa realidade?
O bom de todo o conhecimento que adquirimos é que ele nos questiona e nos apresenta respostas sobre o que vemos e o que nos é proporcionado, como, por exemplo, o fato de não percebermos o grande problema de nossa sociedade está relacionado à crise de ética? Isto chega a ponto de que muitos nem sabem o que é ética…
Como é possível que continuemos na situação em que estamos, com tendência sempre a piorar, sem capacidade de reagir?
Diante de tantas tendências, o que o ser humano está fazendo para não ser corrompido, por uma maioria que pensa que para ser é ter mais conhecimento?
O conhecimento é um processo de desenvolvimento de capacidade física, intelectuais e morais do se humano, em sua unidade global, que visa a uma melhoria cada vez maior em sua forma de aquisição e de integração social. O exercício da filosofia tem por finalidade despertar desde o início das atividades racionais do homem, sua importância e auxílio em relacionar-se e questionar-se e questionar o que lhe é apresentado e até mesmo sobre os resultados daquilo que faz em sociedade, pois o homem, quando filosofa, aprende cada vez mais a ser homem e a se relacionar com integridade e com senso crítico no meio em que vive.
Portanto, o Café Filosófico da Escola Eduardo Angelim (Sede) realizado na Câmara Municipal de Parauapebas, nesta quarta-feira, 20 de junho, coordenado pelo Professor Gleidson (carinhosamente alcunhado pelos alunos de “Gleidinho”) alcançou êxito com os diversos temas filosóficos expostos, discutidos e debatidos pelas várias turmas dos turnos: matutino; vespertino e noturno do “Eduardão”. Também compareceram ao evento alunos da Escola Marluce Massariol.
Foi um trabalho que propôs uma reflexão a respeito da extensão do pensamento, tanto da Escola Eduardo Angelim para a sociedade e vice-versa.
É preciso considerar que pensar é sempre estender o pensamento, para fora, para além, saltando e ultrapassando. Esse salto, todavia parece cair sempre no mesmo lugar. Ao que parece, o pensamento sempre volta a si, questionando sobre si mesmo e a capacidade de pensar. É uma redundância necessária, um círculo vicioso. A extensão é agora também reflexão. Estender e retroceder são os movimentos do pensamento de força ativa promovidos pelo Café Filosófico do reduto filosófico de Parauapebas.
(*) Especialista em Educação