Ex-diretor da Petrobras diz que esquema de corrupção financiou campanhas políticas em 2010

O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa disse em depoimento à Justiça que o esquema de corrupção na estatal financiou partidos políticos na campanha eleitoral de 2010. O PT, oPMDB e o PP seriam os beneficiados.

Antes de embarcar de volta para casa, no Rio de Janeiro, Paulo Roberto Costa deixou o prédio da Justiça Federal no banco traseiro de um carro, escoltado por policiais federais. O ex-diretor da Petrobras falou duas horas sobre o esquema de propina e desvio de dinheiro na refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Uma obra que, segundo o Ministério Público Federal, foi orçada inicialmente em R$ 2,5 bilhões e já custou mais de R$ 20 bilhões.

Paulo Roberto Costa citou empreiteiras, deu detalhes sobre contratos e planilhas que registravam operações ilegais.

Quem também deu informações importantes para a Justiça Federal foi o doleiro Alberto Youssef, que respondeu a várias perguntas do juiz Sérgio Moro. Segundo o advogado do doleiro, esse foi um depoimento decisivo para selar o acordo de delação premiada de Youssef com a Justiça.

O advogado de Youssef disse que tanto o ex-diretor da Petrobras quanto o doleiro deram depoimentos muito parecidos. Segundo ele, Paulo Roberto Costa afirmou que o esquema de desvio de dinheiro na Petrobras ajudou a financiar a campanha eleitoral de 2010. Os partidos beneficiados seriam PT, PMDB e PP.

“Paulo Roberto e Alberto agiam em nome dos políticos. O que foi dito é que isso financiava um esquema político, inclusive o Paulo deixou bem claro que esse esquema financiou a campanha de 2010. Não posso dizer de quem, mas de muita gente”, afirmou Antonio Figueiredo Basto.

O PT e o PP, por enquanto, não vão se manifestar sobre a denúncia. A assessoria do PMDB não teve acesso ao conteúdo da delação e disse que não vai comentar o assunto.