Vinte e dois alunos do curso de Especialização em Cultura Material e Arqueologia, fruto de uma parceria entre Fundação Casa da Cultura de Marabá (FCCM) e Universidade de Passo Fundo (UPF), visitaram o Museu Municipal Francisco Coelho, na Marabá Pioneira, na terça-feira (26). A visita faz parte do cronograma das aulas práticas da pós-graduação, cujo objetivo é fazer a prospecção de materiais em campo, bem como se responsabilizar pela higienização, catalogação e, principalmente, o estudo das peças encontradas.
A primeira etapa das aulas aconteceu na Vila Santa Cruz, no município de São Geraldo do Araguaia, dentro do Parque Estadual Serra dos Martírios/Andorinhas. Durante seis dias, os alunos fizeram escavações no sítio arqueológico e se encantaram com tudo que foi encontrado e com a forma com que o trabalho foi vivenciado junto à comunidade.
Na última segunda-feira, 25, os alunos iniciaram as aulas práticas nos laboratórios da FCCM e catalogaram as peças encontradas, totalizando 10.200 artefatos arqueológicos.
Daiane Pereira, arqueóloga e professora do Instituto de Pesquisa Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá, no Núcleo de Arqueologia, e responsável pelo setor de curadoria arqueológica, foi convidada pela UPF para participar do curso de especialização.
“Estou acompanhando essa turma desde o início do ano, através das aulas remotas, e agora estamos nas aulas práticas de curadoria arqueológica. Adorei o conhecer o Museu. Na verdade, fiquei encantada com o trabalhado da Casa da Cultura. Foi enriquecedora essa oportunidade de vir à Marabá, ministrar essas aulas, conhecer todos esses espaços”, destaca.
A sala de arqueologia do Museu Municipal tem duas contribuições de dois alunos da turma, e isso emocionou a professora. “Percebo o envolvimento do trabalho com a comunidade, que é fundamental. Vejo essas pesquisas bem fundamentadas, peças bem conservadas, com equipamentos atualizados, gostei bastante. Quem vem de fora consegue conhecer e entender o que é Marabá através do museu”, diz Daiane.
De Parauapebas, Sandra dos Santos, é aluna do curso de especialização em arqueologia. Ela, que atua com o Projeto Centro Mulheres de Barro, decidiu fazer a pós-graduação porque já desenvolve um trabalho com cerâmica. “Ela leva os vestígios arqueológicas, e uma especialização nessa área fortalece ainda mais o meu trabalho”, revela.
Visitando o museu pela primeira vez, a aluna achou muito interessante a forma como a história de Marabá é contada, desde a antiguidade até a modernidade. “Nossas aulas, tanto na Vila Santa Cruz como agora no laboratório, estão sendo muito interessantes. Nunca imaginei que fossemos participar de um trabalho tão importante em apenas uma semana, que foi a aula de campo. Foi muito intenso”, reitera.
Durante o passeio pelo Museu Municipal Francisco Coelho, a presidente da FCCM, Vanda Américo, contou que em breve haverá uma exposição do Centro Mulheres de Barro, no salão temporário. “Fiquei feliz com essa oportunidade”, agradeceu o convite.
Com um contexto histórico e que retrata várias etapas da história de Marabá, o Museu Francisco Coelho preserva o acervo regional. Alunos e professores conheceram todas as salas do local. “Temos alunos e professores de várias partes do Brasil e todo mundo ficou encantado. Pra gente, que faz parte desse sonho de ter um museu em Marabá, é muito gratificante ver que as pessoas entenderam a concepção do museu e ficam emocionadas. Museu moderno, contemporâneo e com muita história”, disse a presidente da FCCM Vanda Américo.
Na parte externa do Museu, músicos da FCCM embalaram o bate papo entre alunos e professores com o ritmo paraense.
Mais um final de tarde encantador no jardim do Museu Municipal Francisco Coelho.
Texto: Ana Mangas (FCCM)
Fotos: Evangelista Rocha