(*) Luiz Carlos Pinto Ribeiro
A violência na escola constitui-se em um grande problema social e pode ser vista como um comportamento agressivo que abrange os conflitos interpessoais, os danos ao patrimônio e os atos criminosos, podendo ter consequências negativas sobre os resultados escolares dos alunos. Como o jovem não tem experiência suficiente para basear suas decisões na própria vivência, muitas vezes, ele observa o comportamento dos indivíduos, “seus chegados”; “seus parças”, “sua família”, ao seu redor e os considera como modelos de determinada conduta.
Os fatores individuais envolvem questões biológicas de difícil análise, como caráter e distúrbios psíquicos, que podem levar ao comportamento agressivo. Já as características da família envolvem fatores como: supervisão dos pais deficiente, desestruturação familiar e relacionamento afetivo pobre entre pais e filhos.
Um dos maiores problemas nas instituições de ensino é a droga, esta realidade existe em muitas instituições de ensino, porém o medo de retaliação ou a preocupação com o nome da escola, faz com que diretores e professores sofram calados.
Sabemos que um dos maiores problemas nas escolas são as drogas. Além disso, o tráfico de drogas provoca ameaças e brigas entre alunos, seja por disputa de poder entre grupos, de obrigação de sigilo por parte de não usuários de drogas e de coerção entre alunos para que alunos não-usuários iniciem o uso de substâncias ilícitas, também, se aponta que a utilização de drogas se relaciona com comportamentos agressivos, faltas às aulas por vadiagem e maior número de reprovações.
Na atualidade, a violência na escola constitui-se em um grande problema social e pode ser vista como um comportamento agressivo que abrange os conflitos interpessoais, os danos ao patrimônio e os atos criminosos, podendo ter consequências negativas sobre os resultados escolares dos alunos.
Além disso, em alguns casos, jovens com problemas de comportamento tornam-se criminosos, o que não quer dizer necessariamente que um jovem com comportamento violento na escola se tornará um delinquente; porém, é de se esperar que um delinquente manifeste comportamento violento na escola.
A escola tem papel fundamental na identificação do indivíduo com tendência a apresentar comportamento violento, já que é nesse ambiente que este jovem provavelmente manifesta tal comportamento.
Como o jovem não tem experiência suficiente para basear suas decisões na própria vivência, muitas vezes, ele observa o comportamento dos indivíduos ao seu redor e os considera como modelos de determinada conduta.
Esse comportamento é abordado pela teoria da interação social que postula que o comportamento individual depende da relação do indivíduo com a sua rede social de contatos. Como evidência, pode ser observada que pais ou irmãos mais velhos envolvidos em atividades ilegais, com passagem pela prisão ou consumo de drogas, influenciam no comportamento do mesmo, o que resulta em um efeito positivo e significativo sobre a probabilidade de o jovem envolver-se no crime. É, também, de se esperar que o comportamento dos professores funcione como exemplo de conduta para os jovens. Na prática, porém, é possível que a ação agressiva dos alunos possa interferir no comportamento do professor, e, neste caso, haverá causalidade reversa, uma vez que a ação violenta de um aluno em sala de aula pode motivar uma reação no professor.
Algumas medidas de gestão escolar também podem contribuir para facilitar a socialização dos alunos, como, por exemplo, distribuir as turmas por equivalência de nota ou promover atividades extracurriculares.
Para os alunos, a violência representa agressão física, bullying, brincadeiras de mau gosto, empurrões, safanões, brigas em família e também a falta de respeito entre as pessoas. Já, para os professores, a violência, é o descumprimento das leis e da falta de condições materiais da população, associando a violência à miséria, à exclusão social e ao desrespeito ao cidadão. É importante refletirmos a diferença entre agressividade, crime e violência.
Um dos motivos pelos quais os jovens aderem às gangues é a busca de respostas para suas necessidades humanas básicas, como o sentimento de pertencer, uma maior identidade, autoestima e proteção, e a gangue parece ser uma solução para os seus problemas a curto prazo, assim, o infrator se sente protegido por um grupo no qual tem confiança. Embora o fenômeno afete de modo predominante os jovens, chama, no entanto, a atenção que existam gangues delinquentes já na pré-adolescência. Essa precocidade na conduta criminosa ou antissocial intencional e organizada vem crescendo na sociedade contemporânea, a ponto de surgirem cada vez mais casos na terceira infância ou idade escolar, o que parece estar relacionado com as deficiências que se verificam em alguns ambientes familiares e sociais.
É dentro das gangues ou das quadrilhas que os jovens provam sua audácia, desafiam o medo da morte e da prisão. Este jovem enfrenta uma grande oferta de oportunidades: o uso de drogas, uso de bebidas alcoólicas, uso da arma de fogo aliada a inexistência do controle da polícia, da família e comunidade tornam o indivíduo motivado a concluir o ato contrário as normas legais vigentes. É fato que os jovens vivem, uma mudança crucial em seu processo socializador, pois, cada vez mais, a família, a escola e o trabalho têm deixado de assumir sua função formadora dos indivíduos na sociedade.
(*) Especialista em Educação