Apesar de o poder público definir normas padrões para os tamanhos das calçadas, ainda sim é visível a dificuldade de mobilidade nas mesmas, não só em Parauapebas, mas em diversos outros municípios brasileiros. Pensando nisso, a equipe de reportagem do Portal Carajás o Jornal foi às ruas ouvir o que os cidadãos têm a dizer.
Pedro Saraiva fala sobre as dificuldades diárias que é se aventurar pelas ruas de Parauapebas.
São diversos os problemas, entre eles a falta de acessibilidade para deficientes e dificuldade de andar entre as calçadas em vias públicas onde o trânsito é intenso o que causa riscos de acidentes, pois muitas vezes os pedestres têm que se aventurar nas ruas, disputando espaço com veículos e motocicletas, como relata o cadeirante Pedro Saraiva, auxiliar administrativo. “Muitas são as dificuldades de acessibilidade, é uma luta diária onde disputamos espaço com os carros. As melhores avenidas da cidade são as Ruas do Comercio e Rua 14, e isto é mínimo, diante do imenso número de avenidas existentes na cidade,” disse Pedro Saraiva, que é cadeirante há 10 anos.
Pedro acrescentou ainda, que recentemente seu amigo Romário de Sousa Silva, músico e servidor público, que também é cadeirante foi atropelado por um carro a cerca de um mês, durante seus exercícios de rotina, quando corria em sua cadeira de rodas na Avenida Faruk Salmen, junto com outros amigos cadeirantes. No acidente, Romário fraturou a clavícula e as duas pernas sendo socorrido por populares e amigos que passavam pelo local, pois quem o atropelou fugiu sem prestar socorro.
De acordo com Pedro, a falta de educação e respeito aos deficientes e pedestres é o maior problema. “O grande problema é que os próprios motoristas não respeitam as faixas e nem espaços de estacionamento destinados a nós”, concluiu ele.
Jean Nascimento fala da dificuldade de andar em algumas vias.
Jean Nascimento, morador de Parauapebas falou um pouco sobre a dificuldade de caminhar por algumas ruas do município e sobre a responsabilidade do poder público acerca da mobilidade urbana. “Muitas ruas são de difícil acesso, tanto pelo trânsito como pelas calçadas. Acredito que os órgãos públicos poderiam fiscalizar mais as construções e, assim, notificar quando necessário os proprietários para que ajuste e regularize suas calçadas”, concluiu Jean.
Renan Mateus de 20 anos de idade também chamou a atenção para o problema de mobilidade em Parauapebas.
Já o skatista Renan Mateus, 20 anos, auxiliar administrativo falou sobre responsabilidade do poder público e dos moradores no planejamento das calçadas. “Independente de possuir algum tipo de deficiência ou não, é obrigação da prefeitura planejar calçadas que ofereçam fácil acesso a cadeirantes, deficientes visuais e idosos. Meus parentes vieram me visitar esses últimos dias e tiveram certa dificuldade em caminhar pelas calçadas por conta destas irregularidades. Cabe também a própria vizinhança ter consciência e entrar em acordo para que haja certa padronização”, disse.
Atendendo à concepção de desenho universal, os espaços e mobiliários devem ser criados na cidade para atender a todos (gestantes, idosos, criança, pessoas com deficiência permanente ou temporária, etc.) de forma simples e segura.
Uma calçada mal conservada pode ocasionar muitos problemas e para saber se uma calçada está em boas condições, basta verificar se não existem desníveis, como degraus, buracos, pedras soltas ou outros obstáculos na passagem de pedestres. Caso não haja essa conformidade, o ideal é procurar o poder público para orientação de como proceder com uma reforma que assegure o trânsito livre.
De acordo com o decreto nº 5.296/04, que regulamenta as leis de nº 10.048/00 e nº 10.098/00, que estabelecem normas gerais e critérios básicos para a acessibilidade das pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. É recomendado que as faixas livres possuam largura de no mínimo 1,20 m , faixas de serviço 0,75m, Focando na mobilidade urbana, construção dos espaços nos edifícios de uso público e legislação urbanista.
Veja algumas ruas:
(Da redação)