Pará: Países envolvidos na Cúpula da Amazônia divulgam “Carta das Florestas”

O presidente Lula reuniu-se, durante toda a manhã desta quarta-feira (9) com os representantes dos países signatários do Tratado de Cooperação Amazônica (TCA) e os dos países convidados. Ao final desses encontros, foi publicado um documento intitulado “Unidos por Nossas Florestas – Comunicado Conjunto dos Países Florestais em Desenvolvimento em Belém”, também chamado de “Carta das Florestas”, escrita pelos países signatários da OTCA – Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela – e os países convidados pela Cúpula da Amazônia a participar dos debates por também possuírem florestas tropicais em seus territórios – Indonésia, República Democrática do Congo, República do Congo, São Vicente e Granadinas, estes dois últimos representando a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).

Nessa carta, os países manifestam preocupação com o não-cumprimento, por parte dos países desenvolvidos, do compromisso de financiamento para o desenvolvimento equivalente a 0,7% do rendimento nacional bruto; de financiamento climático de US$ 100 bilhões por ano em recursos novos e adicionais aos países em desenvolvimento. “Conclamamos os países desenvolvidos a cumprirem suas obrigações de financiamento climático; e a contribuir para a mobilização de US$ 200 bilhões por ano, até 2030, previstos pelo Marco Global para a Biodiversidade de Kunming-Montreal para a implementação dos planos de ação e estratégias nacionais de biodiversidade, por meio da provisão de recursos financeiros novos, adicionais, previsíveis e adequados”, diz um trecho do documento.

Outro excerto também fala sobre a problemática da descarbonização em todo o mundo. “Manifestamos também nossa preocupação com o não-cumprimento, por parte de alguns países desenvolvidos, de suas metas de mitigação e relembramos a necessidade dos países desenvolvidos de liderar e acelerar a descarbonização de suas economias, atingindo a neutralidade de emissões de gases de efeito estufa o mais rápido possível e preferencialmente antes de 2050”, pontuam os países signatários.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também cobrou dinheiro dos países desenvolvidos para a preservação das florestas e proteção dos povos indígenas e tradicionais. Depois de dois dias de discussões, a Cúpula da Amazônia termina hoje.

Texto: Elck Oliveira / Fotos de Divulgação