Parauapebas: Secretaria de Saúde orienta sobre encoleiramento de cães contra leishmaniose visceral

Foi realizado em Parauapebas, sudeste do Pará, a ação que visa distribuir coleiras para cães, visando proteger o animal do mosquito transmissor da leishmaniose. No município, o bairro Betânia foi o escolhido para o desenvolvimento do projeto piloto de encoleiramento, com o objetivo de controlar a Leishmaniose visceral.

Foto: Ascom/Semsa

O bairro foi escolhido devido à alta incidência e prevalência da doença em humanos e animais, além da presença intensa do vetor transmissor. O projeto acontece em parceria com o Ministério da Saúde, através da Secretaria Estadual de Saúde- SESPA, sendo desenvolvido pela Coordenação de Vigilância e Controle de Leishmanioses.

A ideia é ampliar para mais bairros, mas no momento, apenas os moradores do bairro Betânia foram contemplados. A iniciativa dos órgãos de saúde é intensificar o monitoramento junto aos 27 municípios paraenses prioritários para leishmaniose visceral (LV), para aderirem à estratégia de encoleiramento com inseticida em cães, que auxiliam na redução da transmissão da doença.

Impregnadas com inseticida “deltametrina 4%”, os acessórios compõem a nova ferramenta de controle da doença e são distribuídas pelo Ministério da Saúde aos municípios considerados prioritários com base na abordagem Saúde Única, que visa proteger a saúde dos animais e dos seres humanos. Ao todo, 1.250 coleiras já foram disponibilizadas ao Estado.

Nesse fluxo, a equipe técnica da Coordenação de Leishmanioses da Sespa tem prestado assessoria técnica aos Centros Regionais de Saúde e municípios, para o repasse de protocolo para a colocação do produto e capacitações para as Secretarias Municipais de conforme a demanda dos municípios com maiores incidências de casos.

Em contato com a pele do cão, a coleira promove uma lenta liberação do princípio ativo repelindo a aproximação do vetor de transmissão da doença e consequentemente o risco de infectar outro animal ou ser humano.

Por se tratar de um insumo com liberação ativa de inseticida é recomendada a troca da coleira a cada 6 meses e seu uso é exclusivo para cães. Não é recomendado que a coleira impregnada com inseticida seja utilizada em cães já diagnosticados com a doença.

De acordo com a Unidade de Vigilância em Zoonoses (UVZ) de Parauapebas,  no bairro onde foi realizado o projeto piloto, a intenção é encoleirar 735 animais que serão monitorados no período de dois anos, tendo a coleira substituída a cada seis meses.

“ Esses animais serão monitorados pelo período de dois anos e a cada seis meses, nós vamos fazer a troca e substituição dessas coleiras e uma nova testagem de sorologia para  gente verificar se esses animais são ou não portadores da doença e assim diminuir a transmissão dessas grandes zoonoses que afeta grande parte da nossa população e os animais.” Frisou Márcia Solange Ferro – médica veterinária e coordenadora da Unidade de Vigilância em Zoonoses (UVZ) da secretaria Municipal de saúde de Parauapebas.

A distribuição no município acontece por meio da Secretaria Municipal de Saúde que frisou a importância da distribuição das coleiras e dos cuidados repassados para a comunidade, evitando assim a morte de pessoas e animais pela doença.

“ A intenção é diminuir o índice de casos de leishmaniose na cidade que é uma causa preocupante, a prevenção pode evitar até óbito do humano, fazendo também que a população que possuem animais de estimação mantenha seus animais sadios.” Destacou Alan Palha – Secretário Municipal de saúde.

A população aprovou a iniciativa e de acordo com os moradores do bairro o projeto garante mais saúde e segurança ao humano e aos animais.

Leishmaniose visceral

Trata-se de uma doença infecciosa grave que acomete os órgãos internos, principalmente fígado, baço e medula óssea. É causada por um parasito chamado Leishmania. A transmissão se dá através da picada de insetos popularmente conhecidos como “mosquito palha”, “birigui” e “tatuquira”.

O cão é a principal fonte de infecção na zona urbana para o inseto transmissor e, para que a doença ocorra, o inseto deve picar um cão doente e depois picar a pessoa saudável. Os principais sintomas da doença são: febre de qualquer duração, aumento do fígado e/ou baço, perda de peso, fraqueza e anemia.

Por: Hilda Barros