Como parte da programação da “Expedição Urubu na Estrada”, promovida pelo pesquisador Alex Bager, professor da Universidade Federal de Lavras-MG, foi realizado na tarde de ontem, quinta-feira, 11, o minicurso sobre monitoramento de fauna atropelada, ministrado para profissionais e estudantes da área.
O minicurso teve duração de quatro horas e fechou a programação da expedição iniciada na terça-feira (9), com uma rica palestra ministrada também pelo pesquisador, Alex Bager, que falou sobre Biodiversidade e Infraestrutura Viária, um conteúdo voltado para toda a comunidade.
Já na quarta-feira (10) o pesquisador ministrou mais uma vez a palestra sobre Biodiversidade e Infraestrutura Viária, só que com um conteúdo voltado para técnicos, profissionais de áreas ambientais.
Foram três dias de imersão em muito conhecimento voltado para a problemática, “atropelamento de fauna em rodovias”. Uma questão muito comum em regiões onde o fluxo de veículos em rodovias, estradas e ferrovias são intensos, necessitando assim, de estudos e criação de estratégias para resolver o problema, principalmente em áreas onde há Unidades de Conservação (UCs) para minimizar a perda de biodiversidade destes ambientes.
Em entrevista, Francilma Dutra, uma das organizadoras da expedição em Parauapebas, ela explica que as atividades visam levar mais conhecimentos, na forma de palestras para o publico em geral e também minicursos para profissionais e estudantes da área. “Aproveitamos a vinda do professor, para levar mais conhecimento para a comunidade em geral, através de palestras e minicursos capazes de ajudar no trabalho já realizado na região”.
Ainda de acordo com Francilma, o minicurso visa trazer um conhecimento mais técnico, que possa ajudar na tomada de decisão dos profissionais da área em diversas situações. “O minicurso é para as pessoas que já atuam na área e visa ensinar um pouco mais sobre as metodologias aplicadas nos impactos que as estradas estão causando dentro da nossa fauna. Isto, no intuito de unificar estas informações num protocolo só, para que a gente possa ter uma tomada de decisão em situações como, por exemplo, fazer uma passagem de fauna”, explicou a técnica.
O pesquisador, Alex Bager, também conversou com a reportagem e falou um pouco sobre a sua trajetória com a expedição. “Durante quatro anos, nós temos monitorado rodovias no Brasil inteiro com atropelamento de fauna, identificamos as principais unidades de conservação que nós já sabíamos que existia muito atropelamento, ou que existe uma malha viária muito grande na região. E hoje estou desenvolvendo uma expedição pelo o Brasil, que vai percorrer mais de 40 mil km e, com isso, passando em 40 unidades de conservação para que a gente possa identificar e fazer um diagnóstico dos impactos de rodovias dentro da nossa biodiversidade”, explicou o pesquisador.
Durante quatro semanas, Alex Bager esteve em Parauapebas realizando este diagnóstico. De acordo com ele, conheceu diversos projetos na região que já vêm trabalhando, durante muito tempo, com essa problemática. Já sobre o diagnóstico, o pesquisador explica que diversas espécies locais têm sido impactadas pelas rodovias. “Várias espécies locais têm sido impactadas, o que falta agora é a gente reunir essas informações e fazer uma tomada de decisão, de como mitigar ou reduzir esses impactos, dentro da Flona e das demais unidades de conservação que existem aqui na região”, finalizou.
Sobre a expedição Urubu na Estrada
A ideia da expedição é produzir um diagnóstico em que os resultados sejam convertidos em estratégias de conservação em nível local, regional ou nacional. As estratégias envolveram atores locais, órgãos de diferentes esferas políticas, pesquisadores e estudantes. Em Parauapebas a Expedição Urubu na Estrada contou com o apoio do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio), Cooperture-Carajás e Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma).
Francilma Dutra, uma das organizadoras da expedição em Parauapebas.
Alex Bager, pesquisador e professor da Universidade Federal de Lavras-MG.
O minicurso foi ministrado para profissionais, estudantes e técnicos da área.
(Reportagem: Fernando Bonfim/Texto: Ingrid Cardoso)