Pessoas que têm entre 10% e 30% apenas de funcionamento dos rins são consideradas doentes renais e correm o risco de fazer diálise ou transplante do órgão. Para adiar essas situações no que for possível, a Prefeitura de Parauapebas disponibiliza na Policlínica o Ambulatório Especializado em Doença Renal Pré-Dialítica, que atende esses pacientes com uma equipe multidisciplinar composta por médico nefrologista, nutricionista, psicólogo, enfermeiro e assistente social.
“Eu fazia o tratamento da diabetes no postinho de saúde e realizava exames todos os meses. Foi assim que descobri que estava com problema nos rins. Fui encaminhada para a Policlínica, comecei a fazer o acompanhamento e me sinto bem melhor”, diz a dona de casa Ivonete Mendes, que é atendida há seis anos.
“A gente atende as pessoas que já têm doença renal, só que antes da necessidade de fazer diálise ou transplante. O serviço é essencial para reduzir a velocidade em que o rim é perdido e fazer com que o paciente demore mais tempo pra chegar nesses estágios mais complexos”, explica Verônica Costa, médica nefrologista do ambulatório.
“O tratamento dos pacientes é para o resto da vida deles ou até que cheguem na fase de diálise, o que ocorre quando o funcionamento do rim chega a menos de 10%. A ida para a diálise depende de uma série de fatores, do comportamento do paciente em seguir as nossas orientações e, principalmente da mudança de hábitos alimentares, o que é muito difícil. A gente tem aquele paciente que chega com 25% ou 28% de funcionamento dos rins e que está com a gente há dez anos e está bem; e tem aquele que chegou ano passado com 25% e, em janeiro deste ano, já foi para a diálise”, compara Verônica Costa.
Atualmente, 50 pacientes em fase mais avançada da Doença Renal Crônica estão cadastrados no serviço e recebem atendimento. Mas, os profissionais do ambulatório atendem também outros pacientes com casos mais precoces ou que portam outras doenças específicas do rim.
No Brasil, não existem muitos serviços especializados como o oferecido na Policlínica para doentes renais. “É ímpar o que ofertamos em Parauapebas, apesar da orientação do Ministério da Saúde para os municípios disponibilizarem esse tipo de ambulatório em virtude do grande número de pessoas que estão entrando em diálises por não ter acesso a esse atendimento especializado”, diz Verônica Costa.
No Pará, o ambulatório da Policlínica é um dos poucos que funcionam como reza a cartilha do Ministério da Saúde, com uma equipe multiprofissional completa.
Doença silenciosa
Com a chegada do Dia Mundial do Rim, que transcorre em 12 de Março, a Prefeitura de Parauapebas iniciou esta semana uma campanha para orientar a população sobre os cuidados que precisa tomar com os rins, que vão ficando doentes sem a pessoa perceber devido à falta de sintomas, fator que preocupa os órgãos públicos de saúde.
Como a doença é assintomática, a pessoa pode vir a perder até 90% das funções dos rins, sem sentir nada. Com a campanha, a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) objetiva conscientizar a população sobre o quanto é importante a necessidade de um diagnóstico precoce, levando em conta que a falta de cuidados com os rins mata, em média, 25 mil pessoas por ano no Brasil.
A campanha se estenderá durante todo este mês, com consultas, exames, palestras, distribuição de panfletos, atividades educativas para a prevenção e esclarecimentos quanto aos fatores de risco para as Doenças Renais Crônicas (DRCs) e conta com uma equipe especialmente treinada para atender em todas as unidades de saúde básica.
“Eu vim pra palestra entender melhor o tratamento do meu pai, como ajudar em casa, melhorar a alimentação dele. Ele já é paciente há mais de cinco anos aqui na Policlínica”, conta Francisca Rodrigues.
Procure um posto de saúde
A nefrologista Verônica Costa aconselha: “Se você for grupo de risco: diabético, hipertenso, tiver mais de 50 anos, tiver algum portador de doença renal na família, fumante, está acima do peso ou usa cronicamente anti-inflamatórios, procure uma unidade de saúde que estaremos encaminhando para um horário especial no laboratório para fazer a avaliação do funcionamento renal. Faça isso todo ano. Temos equipe treinada para investigar seu funcionamento do rim e poder te orientar como fazer para não ter a doença. Porque a diálise é uma fase final e perfeitamente evitável se você for diagnosticado no início da doença”.
- Assessoria de Comunicação – Ascom/PMP