Numa iniciativa inédita no Estado do Pará, a Prefeitura de Marabá está fazendo um trabalho de purificação da água dos poços artesianos que servem os chafarizes públicos de escolas, hospitais e postos de saúde. Nesses locais a população não atendida pela Cosanpa, ou que não tem poder aquisitivo para comprar água mineral, se abastece do líquido para beber e preparar alimentos, uma situação que durava décadas.
Porém, durante todo esse tempo, nenhum governo havia se preocupado com a qualidade dessa água, como está acontecendo agora na administração do prefeito João Salame.
Esse trabalho de purificação já ocorreu no Hospital Municipal de Marabá, Hospital Materno Infantil, chafariz do Jardim Bela Vista, Centro de Saúde Hiroshi Matsuda, Centro de Controle de Zoonoses, Centro de Saúde Mariana Morais, Centro de Saúde Pedro Cavalcante, Crismu, chafariz da Vila de Murumuru, Centro de Saúde Liberdade e em 36 escolas da rede municipal de ensino, cujos bebedouros são abastecidos pelos poços artesianos.
No total, são 289 poços de uso público cujas águas serão purificadas, no prazo de seis meses, num investimento de R$ 5.239.000,00, que garantem, inclusive, que o líquido seja mantido limpo e puro, seguindo planos de monitoramento previstos em legislação estadual e federal.
Assim, semanalmente acontece a retrolavagem do sistema, com dosagem de cloro; mensalmente é feita a análise bacteriológica em todos os poços; quadrimestralmente é executada a limpeza e higienização dos reservatórios de água; e, anualmente, novamente a limpeza e desinfecção dos poços, conforme detalha Luiz Otávio da Conceição Ferreira, proprietário da empresa que está executando o serviço, acrescentando: “Essas medidas garantem que a água esteja sempre livre de qualquer impureza. Ou seja, 100% limpa e pura, potável”.
Para a secretária-adjunta de Saúde de Marabá, Crissiana Dias, esse trabalho é de fundamental importância porque vai causar um impacto positivo na saúde da população. “Com o consumo de uma água mais saudável, mais limpa e de qualidade haverá redução nas doenças diarreicas e infecciosas do trato gastrointestinal”, destaca ela, lembrando que antes a água consumida era de pouca qualidade ou sem qualidade alguma.
Segundo a coordenadora de Vigilância Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde, Jeane Leide Targino Moreira, o monitoramento mensal feito no laboratório do município tem certificado que a água colhida nos locais que já receberam o tratamento está livre de escherichia coli e coliforme total, sem turbidez e com níveis corretos de PH e cloro.
Na opinião da chefe do Setor de Logística da Secretaria Municipal de Educação (Semed), Raiza Alexia Fialho de Sousa, o tratamento significa um ganho muito grande para o município, sobretudo para os alunos das escolas. “Antes muitas crianças se queixavam de diarreia, dor de barriga e não sabíamos qual o motivo, mas, hoje isso mudou”, destaca ela, anunciando que o benefício vai se estender a todas as escolas municipais.
Quem também comemora os resultados positivos é o secretário municipal de Viação e Obras Públicas, Antônio de Pádua Andrade, que coordena esse trabalho e está satisfeito por estar contribuindo com para que a população tenha melhor qualidade de vida.
No Bairro Bela Vista, a dona de casa Jéssica Rodrigues, de 31 anos, afirma que, após o trabalho feito no poço artesiano que abastece aquela área qualidade da água está muito melhor: “Agora está sem cheiro e clarinha. Antes as crianças tinham muita diarreia por causa da água. Agora melhorou bastante”.
Na Marabá Pioneira, Rubens Ferreira Nunes, 57 anos, que mora na Avenida Marechal Deodoro e há 30 anos se abastece de água no chafariz do Hospital Materno Infantil, disse que o líquido está bem melhor. “Antes estava suja, agora está boa”, afirmou ele.
O adolescente Misael Lopes da Silva, de 14 anos, mora na Avenida Pará, Bairro Santa Rosa, e também pega água no HMI. Ele afirma que o líquido “melhorou bastante, está sem cheiro, sem sabor e limpo”.
Como é o tratamento?
De acordo com Luiz Otávio Ferreira, uma equipe da empresa que faz a purificação, acompanhada de um técnico habilitado, vai até o local, retira a bomba e realiza a escovação, drenagem e esgotamento do poço. Em seguida, lança um produto antiferrugem e efetua a recuperação e revitalização completa, substituindo, inclusive, as luvas galvanizadas que sustentam os tubos.
Depois é feita a limpeza da bomba e toda a montagem novamente. A seguir a corda de sustentação é trocada e o poço está em condições de uso, revitalizado tecnicamente.
Após essa etapa, entre o poço e o reservatório de água é instalado o sistema de cloração num dosador de cloro. Logo após a água passa por um tanque de meio filtrante para retenção de ferro, manganês e metais pesados presentes. “Só depois é que a água sobe ao reservatório, clorada, devidamente filtrada e pronta ao consumo, potável”, concluiu Luiz Otávio.
Por: Eleutério Gomes Ascom/ Marabá