Uma das facções criminosas que atuam nos presídios de Manaus pretendia cometer atentados a bomba contra autoridades do Amazonas. O plano de integrantes da facção foi descoberto pelo setor de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP-AM) e obtido com exclusividade pela GloboNews. Desde o dia 1º de janeiro, o sistema prisional do estado registrou fuga de mais de cem presos, rebeliões e um massacre que resultou em mais de 50 mortes. A SSP e o MP-AM não quiseram comentar o assunto.
Segundo a GloboNews, o grupo pretendia cometer atentados contra promotores e o Secretário de Segurança Pública do Amazonas, Sérgio Fontes. A reportagem teve acesso ao relatório da Inteligência da secretaria comandada por Fontes
O documento mostra que os agentes haviam descoberto que a rebelião que terminou com a morte de 56 presos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) era o primeiro passo de um plano muito maior do grupo.
A matança no Compaj seria uma retaliação ao fato de líderes da facção não terem retornado dos presídios federais no final de 2016, conforme os presos haviam pedido desde outubro.
A segunda parte do plano era mais ousada: no dia 6 de outubro, a Inteligência descobriu que a organização criminosa arquitetava um ataque contra o secretário Sérgio Fontes e contra o promotor de Justiça Lauro Tavares, responsável pelo Grupo de Atuação Especial Regional para Prevenção e Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Amazonas (MP-AM).
Cinco dias depois das 56 mortes no Compaj e de outras quatro na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP), o relatório da Inteligência afirma que houve uma reunião entre presos do semiaberto do Compaj, que teria sido acompanhada, por telefone, pelo líder no regime fechado do mesmo presídio. No encontro, ele diz que a primeira parte do plano havia sido cumprida e que a segunda etapa estaria sendo providenciada.
Conforme a GloboNews, os atentados seriam feitos por meio de explosivos dentro de malas deixadas no Tribunal de Justiça do Amazonas e no MP-AM.
Os coordenadores do plano eram detentos do semiaberto eram detentos do semiaberto conhecidos como Nigéria, que estaria em posse de metralhadoras, e os presos Colt e Neguinho.
O grupo teria feito testes em malas com bombas, sem sucesso. Por isso, procuraram “especialistas” em explosivos para o plano. Segundo o documento, foram procurados colombianos especializados em bombas. Esses estrangeiros já estariam em Manaus para executar os atentados.
Além dos explosivos, quatro pessoas teriam sido recrutadas para tentar assassinar as autoridades.
O documento levanta ainda suspeitas sobre o envolvimento de policiais militares, que estariam trabalhando para a organização criminosa.
Diante das ameaças, os agentes da Inteligência recomendaram o reforço na segurança do TJ-AM, do MP-AM e da SSP-AM em todos os horários, principalmente durante o dia, quando há maior movimentação de pessoas.
Fonte: GloboNews