Categoria reivindica revisão do Plano de Cargos e Salários e denuncia precarização das instalações físicas e de equipamentos no Campus de Marabá. Mobilização contou com o apoio dos alunos.
A quinta-feira (19) foi de paralisação também para docentes e discentes da Uepa (Universidade Estadual do Pará). Eles reivindicam melhores condições de trabalho no tocante a estrutura e revisão do Plano de Cargos e Salários, bem como aumento de 13% do piso salarial preconizado pelo MEC (Ministério da Educação). A manifestação teve apoio de estudantes universitários da Uepa que reforçaram a denúncia dos professores sobre as condições de precarização da universidade.
Na terça-feira (17), coordenadores dos campi universitários da Uepa do interior do estado escreveram um manifesto, cujo teor expressa em síntese a falta de investimentos de toda ordem na educação superior, por parte do governo do estado.
público estadual, o que leva à mingua seu funcionamento. Basta observar o fato de que começamos o semestre letivo de 2015 com poucos funcionários e poucos professores para ministrar aulas, sem condições em nossas salas para recebermos os alunos”, diz um trecho do manifesto.
Glauber Epifânio Loureiro, professor efetivo do departamento de Engenharia Ambiental da Uepa, campus de Marabá, destaca que a carência vai desde investimentos em capital humano a infraestrutura, a exemplo do que ocorre nos laboratórios, onde faltam reagentes usados nas aulas práticas.
Os docentes reivindicam ainda a revisão do Plano de Cargos e Salários, cujo déficit aponta para mais de cinco anos. “O MEC recomenda o cumprimento do piso salarial na base de 13%. “Mas, até agora, o estado não conversou conosco”, ressalta o professor.
Para Glauber, hoje a situação de precarização na Uepa atinge tanto professores quanto alunos. Segundo o professor, foi encaminhado um ofício para a Secretaria de Administração do Estado para que abra a mesa de negociações. “Não fomos atendidos. Infelizmente essa paralisação é um manifesto para mostrarmos as condições precárias que vive a universidade. Uma enorme carência na classe docente, muitos temporários na universidade, o que inviabiliza muito a qualidade de ensino do estado”, alerta ele.
Na estrutura física, de acordo com Glauber, seria necessária maior quantidade de prédios, salas de aula e laboratórios –citando apenas algumas das necessidades. “Temos curso de Engenharia Ambiental, Engenharia de Produção, que necessita de maior estrutura tanto física quanto de equipamentos; estamos dispostos a trabalhar a parte prática para haver qualidade”, explica Glauber Epifânio.
O docente chama atenção para o fato de que com a queda nos investimentos do estado do Pará, principalmente do interior, se torna difícil oferecer um ensino de qualidade. Perguntado em que pé anda os cursos na área da saúde, o professor conta que foram implementados, mas em condições bem difíceis de serem ampliados e aprimorados. “Estamos aqui para lutar por melhores condições de trabalho para todos os cursos”, esclarece.
Além da paralisação das aulas, serviços como de secretaria não funcionaram durante o dia 19. Douglas Weliton Ferreira é discente do curso de Tecnologia de Alimentos da Universidade Estadual do Pará. Ele explica que a paralisação dos professores tem total apoio dos alunos e visa protestar por melhorias em favor da universidade como um todo. “Queremos a retomada das obras do prédio da saúde, estamos brigando para que as obras voltem. O salário dos professores está agravando o quadro. Tudo isso é uma problemática, a verba não está sendo distribuída”, lembra o aluno.
Ainda no rol das reivindicações está a dedicação exclusiva dos professores, uma vez que a maioria do quadro é formada por professores substitutos. “Há cursos que estão parando em função da distribuição dos professores de Belém para o interior. Isso é muito difícil, há cursos aqui, por exemplo, cujas turmas ficam sem aula por 15 ou 30 dias. Queremos um concurso para professores efetivos”, finaliza Douglas Ferreira.
A Uepa, campus Marabá, possui os seguintes cursos Engenharia Ambiental, Engenharia de Produção, Engenharia Florestal, Licenciatura em Ciências Naturais (Química, Medicina, Biomedicina e Tecnologia de Alimentos).
Por: Emilly Coelho