No primeiro dia, quarta-feira, o evento contou com palestra, no modelo roda de conversa,
Sobre Parto Humanizado; Semiologia Obstétrica, detalhando exame físico, avaliação da
gestante deste a porta de entrada, o que é uma gestante de urgência ou de emergência, a que
precisa de um cuidado imediato e a que pode ser encaminhada à Unidade de Saúde; tivemos
atividades lúdicas, com fortalecimento de competência e motivação de equipe.
Na quinta-feira, exibição de vídeo aulas; dinâmica de troca de experiência; apresentação de
início de e fases clínica do trabalho de parto; apresentação de boas práticas na assistência ao
parto; concluindo com momentos práticos.
Com a participação de 74 técnicos de enfermagem do Hospital Municipal Teófilo Filho (HMP),
tendo como objetivo fazer um aprimoramento profissional em relação ao tema “parto
humanizado”, boas práticas na assistência ao parto, foi realizada na quarta (18) e quinta-feira
(19) a capacitação “Parto humanizado e acompanhamento da mulher em trabalho de parto e
A ação foi comandada pela gerente de enfermagem na maternidade do Hospital, Cleice Reis,
que detalha a ação que teve aulas aprofundadas levando ao conhecimento das participantes o
que é o parto humanizado e sua filosofia. “Queremos fortalecer algumas práticas iniciais no
sentido de acolher melhor nossas usuárias que procuram os serviços da maternidade, utilizar
medidas que alivie a dor durante o trabalho de parto, como nebulização, massagem, banho
morno, com a presença constante do profissional da equipe sempre dando apoio para que
consigamos fazer um parto normal, que é entendida como a melhor opção, por ser um parto
fisiológico”, explica Cleice, assegurando que não é a intenção priorizar apenas o parto normal,
pois o parto cesário também tem suas indicações, mas que a equipe estará apta a minimizar a
dor e orientar melhor a paciente.
Ainda de acordo com Cleice, o parto humanizado vai muito além de fazer seis ou mais
consultas, e de garantir uma vaga na maternidade; e detalha que a perspectiva de um parto
humanizado vai desde o acolher a gestante, orientar tanto a família quanto a parturiente,
fazer um trabalho contínuo para que, no parto, a criança tenha contato pele a pele com a mãe,
proporcionar um aleitamento precoce na primeira hora de vida, que a parturiente saiba como
está sendo conduzido o trabalho de parto dela. “E é isso que nossa equipe técnica está
adquirindo agora, um aprimoramento, desde o que é o parto humanizado até o que é o
trabalho de parto na sua fase ativa”, diz ela acrescentando que a profissão enfermeiras tem
como obrigação cuidar; e é nessa perspectiva que tem que estar habilitados para oferecer
conforto a esta paciente no trabalho de parto.
Sobre o treinamento, ela diz ser uma rotina normal, e conta que desde que assumiu a gerência
de enfermagem, em fevereiro, elaborou com a equipe um questionário para criar um Plano de
Educação Continuada, iniciando assim um cronograma mensal criado de acordo com sugestão
da equipe e as necessidades das técnicas. “É importante fazer a educação continuada, pois
como disse Paulo Freire a Educação é transformadora e libertadora. A partir do momento que
identifico que a educação é primordial iremos oferecer suporte de acordo com as necessidades
dos funcionários. E foi nesta perspectiva que criamos nosso cronograma de educação
continuada”, avalia Cleice, afirmando que o projeto contempla prioritariamente os servidores
da saúde pública, mas caso diretores de hospitais particulares queiram aderir aos
treinamentos, basta pedir por ofício antecipadamente e poderão ter seus técnicos inseridos
nos treinamentos dentro dos temas já escolhidos.
Estrutura – Porém para que esta campanha tenha seu resultado esperado é preciso ainda,
segundo Cleice, que se invista na estrutura da maternidade, com reforma e ampliação, para
que haja estrutura de PPP (Pré parto e pós parto), permitindo que se traga a paciente para um
ambiente mais acolhedor, com a presença de acompanhante, o que proporcionará à
parturiente condições mais favoráveis para um parto normal.
A estrutura na maternidade na maternidade do HMP não é suficiente, de acordo com a
avaliação de Cleice, contando com apenas 27 leitos, diante de uma necessidade de no mínimo
40, que não possibilita a todas parturientes a presença se acompanhante; conta apenas uma
sala de pré-parto e ainda não tem a de pós-parto. Mas diz que a nova gestão já tem o olhar de
experiência voltada para a Atenção Básica.
Mesmo assim, esse ano, dos mais de mil nascidos vivos apenas 11 morreram antes de
completar o primeiro ano de vida dando uma média de 8.9; uma redução em relação ao ano
anterior que foi de 14 para cada mil nascidos vivos. Número que ela diz poder reduzir ainda
mais, com melhorias no pré-natal e parto. “Não precisamos apenas de uma visão de gestão,
mas de uma mobilização da própria sociedade”, planeja ela, contando que ainda há mães que
procuram atendimento médico já com gravidez avançada o que dificulta a detecção de má
formações congênitas que pode ser vista nos três primeiros meses de gestação, seja por falta
de conhecimento na mulher ou falta de estrutura nas Unidades Básicas de Saúde esses dois
lados devem ser trabalhados, com a realização de consultas e exames, bem como a
participação do pai é de fundamental importância, pois ele também precisa entender e
Realidade técnica – A média de nascidos vivos no HMP no ano passado foi de pelo menos 3
mil, cerca de 300 por mês, tendo alguns meses com 400 nascidos e outros com números
decrescentes; sendo destes 60% de partos normais e 40% cesarianas; números que, Cleice
Reis, diz poder melhorar, pois de acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), a média
de cesarianas devem ser de apenas 15%.
Já no serviço particular de saúde, os números são bem diferentes, tendo pelo menos 90% de
cesarianas. Fomentados, segundo o Ministério da Saúde, pela conveniência para o profissional
médico que pode programar dia e hora, não precisando acompanhar a parturiente em seu
trabalho de parto que poderá durar até 12 horas; além do mito de que o parto normal é
doloroso. “O parto normal, é um parto vaginal, e as mulheres estão preparadas a parir assim. E
é isso que precisamos fortalecer durante o pré-natal para encorajar e orientar esta mulher de
que ela possa se empoderar e parir normal, que o pré-natal foi adequado e toda a sorologia
dela é adequada para que se permita a isso. Não estamos condenando o parto cesariana, mas
apenas esclarecendo que nossas mulheres e nossa instituição precisa trabalhar a importância
do parto normal”, Orienta cleice.
Por: Francesco costa