
Diante de todos os desafios e obstáculos possíveis foi inaugurado no último dia 08 de Junho o Media Lab /Artes Visuais/ILLA/Unifesspa, o segundo de uma rede que irá se estender por toda a América Latina. É o primeiro no norte, na região Amazônica. No dia da inauguração foi visível a expressão de muitos que provavelmente se perguntavam internamente: “Mas, porque aqui?”.
É verdade que ainda temos muitos desafios infraestruturais como as constantes quedas da energia e o acesso à Internet nessa região para se pensar em planejar e montar um laboratório de inovação tecnológica, principalmente quando este tem como principal objeto de estudo e produção de mídias digitais interativas. Mas é exatamente por isso que foi feito o investimento. Acreditamos que o Media Lab pode iniciar um ciclo de reflexão e produção dentro da Amazônia oriental, é o que pretendemos.
No Brasil, existem diversos Laboratórios de pesquisa em Media, mas o modelo que propomos traz o diferencial, pois segue o parâmetro proposto pela UFG na pessoa do Prof. Dr. Cleomar Rocha, já que se destaca não apenas por já ser o maior Media Lab da América Latina e segundo das Américas, mas porque o intuito de desenvolver-se como laboratório Multi usuário e Interdisciplinar vai além dos limites do Estado de Goiás e da UFG.
Sendo assim, cabe explicar o que seja um Media Lab e o porque de optarmos em ter um projeto em desenvolvimento de um laboratório digital como este na cidade de Marabá; ele é um laboratório de pesquisa em expressões artísticas, estética, cientificas e culturais que começam a nos cercar divulgadas em mídias cada vez mais presentes em nossas vidas, assim, cabe ao Media Lab pesquisar novas experiências de aplicativos de celular, repensar a forma como você vê televisão, ou acessa a internet, ou mesmo como você se relaciona com sua casa; ou, então, perceber, por meio de obras artísticas, sensações que comumente temos em automático, ou refletir sobre interfaces que estabelecemos entre os seres humanos e as coisas do mundo que os cercam.
Essas pesquisas retornam para fora da universidade como produtos tais como sites de internet, materiais didáticos, revistas, obras de arte interativas, aplicativos de distribuição gratuita, entre outros cujo limite é apenas a imaginação.
Todos os Media Labs do mundo com certeza possuem como exemplo primário o Media Lab do MIT nos EUA que hoje consegue diversas rendas com suas centenas de patentes, porém, tanto o tipo de investimento estatal como as regulamentações atuais do encaminhamento da pesquisa acadêmica e seus resultados impossibilitam que apenas um único laboratório, hospedado em uma única universidade, possibilite sequer igualar-se em volume de investimento. Contudo, diferentemente do Media Lab do MIT, os Media Labs da Rede (por enquanto apenas a Unifesspa e a UFG) agregam suas forças em experiência, capacidade reflexiva e conhecimento de suas equipes, além dos equipamentos, possibilitando que uma única pesquisa possa estar sendo realizada por diversos atores.
Falando especificamente do Media Lab/Unifesspa das Artes Visuais/ILLA, que coordeno, o mesmo já havia sido pensado em partes tanto por mim quando de minha entrada no concurso da universidade, quanto pelo Prof. Dr. Alexandre Santos Filho (Prof. Alixa), primeiro professor do curso de Artes Visuais / Unifesspa, que já idealizava um laboratório de experimentação em práticas eletrônicas e digitais e que assim já havia conseguido em negociação com a administração superior da universidade o nosso equipamento inicial. O passo seguinte foi a aproximação com o Media Lab / UFG e o inicio da nossa parceria que não tenho dúvidas será selada com a futura assinatura de um convênio.
Sendo assim, no último dia 08 de Junho às 9h00 da manhã, recebemos no Prédio do Instituto de Linguística, Letras e Artes (ILLA), no Campus III da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) dezenas de pessoas que lotaram o laboratório e nos ouviram falar sobre os projetos atuais e futuros e depois foram recepcionados com um café da manhã.
Todas as atividades do Media Lab estarão pautadas em seis eixos sendo: Interação Homem x Computador, Comunicação Mediada por Computador, Música e Tecnologia, Arte Tecnológica, Sistemas de Computação Cognitiva, Tecnopsicologia e Psicotecnologia e Design de Interfaces Computacionais.
Dentro dessas linhas alguns projetos já estão sendo trazidos em rede. São eles:
- Game Lab /: um programa de pesquisa e extensão que tem como objeto os jogos e a gameficação de objetos cognitivos, tanto para fins de construção de uma melhor gestão do processo ensino-aprendizagem, quanto para o desenvolvimento de interfaces entre o usuário e a máquina.
- Cine Lab/: programa de extensão voltado para a exibição e produção de filmes, documentários, curtas e outros materiais audiovisuais. Um dos primeiros programas a já apresentarem frutos já que no dia 01 de Julho no Campus III será exibido o Documentário Freenet em parceria com a Plataforma Taturana (http://beta.taturanamobi.com.br/film/freenet).
- Web Lab/: programa de pesquisa e extensão cujo objeto de atenção é a internet.
- O Córtex: programa de atividades de extensão como minicursos, palestras, seminários e outros eventos como a Feira de Arte Tecnológica que está planejada para 2017.
- In.Mídias: Curso de Pós-Graduação Lattus Senso (Especialização) em Inovação em Mídias Interativas, lançamento previsto ainda para este ano.
- Palatinik: Banco de arte tecnológica para a América Latina.
- TVDI: programa de pesquisa e extensão em mídias para televisão interativa.
Ainda existem projetos internos que já estão sendo desenvolvidos: Periódicos do ProfLetras e do Curso de Artes Visuais, o projeto de Museu Virtual e os sites do Media Lab/Unifesspa e do Curso de Artes Visuais / Unifesspa e devemos ampliar com mais dois projetos o Kids Media Lab e o Movimentos Sociais Media Lab, nomes ainda provisórios.
Todos estes projetos foram apresentados à comunidade durante a inauguração e ainda durante o evento foi ouvido o Prof. Dr. Cleomar em videoconferência que nos deu as boas vindas à Rede e sucesso em nossa caminhada e passou a responder as perguntas do público. O Prof. Dr. Alixa assumiu a fala e contou de toda a caminhada que se deu para criar-se o curso de Artes Visuais, depois para conseguir os equipamentos e a adequação que teve que ser feita no espaço do Instituto para que o Media Lab pudesse ser instalado. Ainda tivemos a fala do Diretor do Centro de Tecnologia da Informação e da Comunicação da Unifesspa (CTIC) o Sr. Hugo Kuribayashi que parabenizou igualmente a iniciativa. Logo após o Prof. Alixa convidou a todos para o café da manhã.
Instalar um Media Lab em Marabá então representa o reconhecimento das potencialidades de uma região cujo futuro ainda não está escrito e que tudo que pode ser feito aqui depende apenas de nossa imaginação.
Prof. Teófilo Augusto
Coordenador do Media Lab / Unifesspa
Computadores_especiais_para_o_LaB
Prof.Teófilo
Prof. Cleomar-MEDIA.LAB.UFG_video Conferência.