Discutindo pautas do movimento negro, com foco na valorização e na luta de direitos pela mulher negra de Parauapebas, na noite desta quarta-feira, 22, uma roda de conversa foi realizada no CDC com o tema: “Empodera mulher negra. Empodera”. O evento ainda é parte integrante da programação 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher, e contou com a participação de membros de diversos movimentos sociais do município.
A noite iniciou com uma apresentação de arte marcial diferente: a “capoterapia”, um estilo diferente de usar a capoeira como um instrumento transformador da sociedade e ajudando na recuperação de pessoas em situação de risco e que são abrigadas pela Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas). Todos os presentes foram convidados para participar da roda de capoeira e se divertir com a abordagem da diferente.
A coordenadora estadual da campanha, Maria Trindade Tavares, esteve presente afirmou que o Pará tem se destacado com um grande apoiador de políticas públicas voltadas para a mulher. “O estado do Pará desde 2015 transformou essa campanha em uma lei, ou seja ela é obrigatória e ela faz parte do calendário de ações do estado. Para a versão de 2017 escolhemos essa tema: empodera mulher negra, empodera, em consequência dos últimos dados estatísticos divulgados, apontando que 65% das mulheres vítimas de feminicídio são negras. Então na campanha de 2017 estamos aqui para evidenciar que a combinação de preconceitos raciais e de gênero é perversa e tem maltratado as mulheres negras do nosso estado”, explica a coordenadora.
Ao final da programação, comendas foram entregues para as mulheres negras homenageadas na campanha: Joana D’arc, Antônia Ferreira, Maria Sindima, Leonice de oliveira, Raquel Sá e Jurema Ribeiro. Foi um momento emocionante, onde cada homenageada pode expressar seu sentimento e suas vivências como mulher negra em sociedade.
A assistente social Jurema Ribeiro foi uma das homenageadas de Parauapebas. Realizando trabalho social há anos na cidade, ela conta como a valorização da história negra pode ser positiva para acabar com racismo e preconceito. “Ativismo para mim é fazer com que políticas públicas cheguem a quem necessita. Eu como assistente social trabalho muito na questão das pessoas que precisam construir sua cidadania e acreditar que são pessoas que detém a vontade de construir sua própria historia. E preciso conversar com estudantes, com professores, com a própria escola que está construindo sua educação, como os estudantes negros se veem nessa história? É necessário trazer nossa história à tona, porque ela é contada sempre do ponto de vista do branco. Então meu ativismo é diário, sempre tentando trazer o ponto de vista dos negros”.
A assistente social Jurema Ribeiro, uma das homenageadas de Parauapebas explicou como o trabalho social pode valorizar a história e cultura dos negros.
A coordenadora estadual da campanha, Maria Trindade Tavares, afirma que o Pará tem se destacado com um grande apoiador de políticas públicas voltadas para a mulher.
A tradicional roda de capoeira também foi apresentada no evento.
Um telão foi montado para mostrar vídeos de empoderamento feminino da mulher negra.
Todos os presentes puderam participar da capoterapia
Reportagem: Bruno Menezes