Foi no dia seis de agosto de 2010 que várias famílias de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) caminharam rumo à Fazenda Marambaia, de propriedade de José Ulisses, que fica à margem da Rodovia PA 275, entre Parauapebas e Curionópolis. A intenção era ocupar aquela propriedade, mas por saber que se ocupada a fazenda não poderia ser vistoriada pelo INCRA (instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) decidiram ocupar a Fazenda Fazedinha, de propriedade de Darlon Lopes, onde tempos depois ganharam da justiça seis alqueires, cujo acampamento recebeu o nome de “Frei Henri des Roziers, onde até hoje vivem plantando alimentos para a subsistência de pelo menos 150 famílias que aguardam área definitiva para PA (Projeto de Assentamento).
Aparentemente tudo vinha correndo normal, mas na verdade, segundo Darlon Lopes, os acampados no local vem cortando o arame da fazenda e furtando gado para a alimentação e outros fins ignorados. “Não tenho a quantia exata de quantas vacas já foram roubadas e isso é feito à luz do dia”, denuncia Darlon, reclamando de ter registrado vários Boletins de Ocorrências e nada foi feito pela Polícia Civil, o que, ainda segundo ele, motivou a interdição da PA 275 na manhã de hoje, 10, terça-feira, na expectativa de chamar a atenção da DECA (Delegacia Especial de Conflitos Agrários) ato que até agora é mantido e já causou muito transtorno com congestionamento quilométrico enquanto se aguarda a presença de representantes da DECA.
Ouvido pela nossa equipe de reportagem, o coordenador do acampamento Frei Henri des Roziers, identificado apenas como “NEGUINHO”, nega as acusações e explica que as famílias acampadas ali vivem da pequena área cultivada onde plantam: milho, feijão, mandioca e hortaliças. “Temos duas casas de farinhas, e aqui produzimos para vier. Não temos necessidade de roubar nada”, afirma o coordenador, lamentando essas acusações plantadas para desestabilizar o movimento.
Francesco Costa