Começou a ser contado na terça-feira, dia 10 de setembro, o prazo de cinco sessões previsto no regimento do Senado para a votação da Reforma da Previdência.
A primeira sessão temática a tratar do tema contou com a participação de especialistas favoráveis e contrários à proposta.
O secretário do Ministério da Economia, Rogério Marinho, um dos articuladores da reforma pelo lado do governo federal, disse que a gestão Bolsonaro projeto uma economia de R$ 876 bilhões nos próximos dez anos caso a proposta seja aprovada.
Contra a reforma, o economista Eduardo Fagnani reconhece a necessidade de ajustes nas regras previdenciárias, mas apontou que o projeto atual do governo desconsidera a dramática realidade do mercado de trabalho brasileiro.
Para ele, os milhões de brasileiros desempregados, trabalhadores informais e os que vivem abaixo da linha da pobreza já não contribuem para a Previdência mesmo com as regras atuais. Com as mudanças propostas pelo governo, segundo Fagnani, dificilmente essas pessoas terão proteção previdenciária na velhice.
Já o senador Paulo Rocha, do PT do Pará, destacou que o Brasil tem um longo passado escravagista que ainda não enfrentou sequer as desigualdades que existem no país há séculos.
“O Estado brasileiro já foi descoberto sob o clima da dominação. E ao longo da sua história sempre foi dominado, com alguns intervalos de um Estado que pregasse o mínimo de Justiça, igualdade e oportunidade para todos. Hoje, o Estado brasileiro, seja qual for o governo de plantão, deve falar do principal déficit do País que é com o povo, principalmente os mais pobres”.
O governo cobra agilidade para votar a proposta. Segundo os aliados do governo Bolsonaro, a ideia é votar a reforma da Previdência até o dia 10 de outubro.
De Brasília, Carlos Mota