
Ascom / Câmara de Parauapebas
Na manhã desta segunda-feira, 16, o parlamento municipal retomou os trabalhos. Após recesso previsto em Lei Federal, os vereadores iniciaram oficialmente a atuação legislativa. O regresso aconteceu por meio de Sessão Solene que contou com a presença da imprensa parauapebense, da comunidade e de autoridades locais.
Compuseram a Mesa dos trabalhos; juntamente com o presidente Ivanaldo Braz, vice-presidente, Antônio Chaves e Primeiro e Segundo Secretários, Maridé Gomes e Luzinete Batista, respectivamente; o tenente-coronel da polícia militar, Sandro Queiroz, e o representante do Executivo, Gilmar Mendes.
A Sessão Solene é momento dos parlamentares expressarem as expectativas e anseios sobre as pautas e serviços a serem implantados no decorrer do ano. Porém, ficou marcado durante a solenidade a insatisfação dos vereadores com a gestão do Executivo.
José Arenes (PT)
“Continuo fazendo uma oposição séria ao governo, votando não quando necessário, para corresponder, dentro da minha limitação, aos mais de dois mil votos de confiança que recebemos por parte da população. O prefeito poderia estar hoje apresentando aqui um Pacto de Mudança Administrativa, já que a cidade está totalmente parada. Tive a oportunidade de debater e conversar com os nossos empresários e ouvi apenas reclamações. Ao invés de fazer duplicação de rodovias, para beneficiar a mineradora que atua nossa cidade, deveríamos estar implantando a política da saúde e da coleta de lixo. Que Deus possa nos iluminar e nos cobrir com coragem, porque não podemos deixar de lado este debate, sob a pena de nossa comunidade continuar pagando por isso”.
Euzébio Rodrigues (PT)
“A Câmara é uma instituição de contato com a sociedade. Por estarmos mais perto da população, somos mais cobrados do que o Executivo. Esperamos que nos próximos dias cheguem a esta Casa os projetos que vão tratar do reajuste salarial dos servidores públicos, para, assim, atender as classes trabalhadoras do município. Espero que o Executivo envie, também, os demais projetos que a sociedade aguarda. O nosso trabalho depende do Executivo, que é a instituição planejadora. Nós temos o poder de autorizar. Conforme foi autorizado na LOA – Lei Orçamentária Anual, na LDO – Lei de Diretrizes Orçamentária – e no PPA – Plano Plurianual de Aplicação, espero que os projetos previstos saiam do papel”.
Israel Pereira – Miquinha (PT)
“Dizer que não há licitação, que a administração não pode resolver os problemas e, pior ainda, quem ganha a licitação não poder trabalhar afirmando que há irregularidades, não faz mais sentido. Temos que fiscalizar e melhorar. Nunca é tarde para melhorarmos e fazermos um trabalho digno para essa sociedade. O que tem me doído é a grande quantidade de demissões. Não temos que punir as pessoas, temos que punir aquele que está com o orçamento na mão e não está investindo corretamente. Tenho sentido tristeza em andar na zona rural. São pontes caídas, estradas muito ruins e a população é quem sofre com isso. Pior é a situação do hospital municipal, as demissões alcançaram até os servidores da área da saúde. O que ficou foi um sofrimento atrás do outro, um desespero enorme e apenas dois médicos no plantão, isso é inadmissível”.
Charles Borges (SD)
“O povo está sentindo, está vendo a realidade de nossa cidade. É grande a quantidade de desempregados, pessoas dormindo em filas atrás de um trabalho. Estamos vendo o problema da falta de água na região sudeste, e ao invés de ser um alerta para os gestores de nosso município, tem sido despercebido. Há contaminação de mananciais e desvios dos rios. Este é um ano de muito trabalho. Iremos discutir o desenvolvimento e partir para a rua. Precisamos estar perto do povo para suprir-lhes os anseios”.
Eliene Soares (PT)
“Estão fazendo uma campanha publicitária maravilhosa de Parauapebas. Estão mostrando ruas lindas, asfaltadas e eu gostaria de saber onde são essas obras, porque o que eu vejo são ruas sujas, escuras e cheias de lixo. São muitos acidentes e assaltos. Será que o prefeito acredita nisso mesmo? Acabaram com o nosso município, as pessoas estão indo embora. As contas da Secretaria da Saúde no último quadrimestre foram reprovadas novamente. O que está acontecendo nessa cidade é má gestão. Dizem que somos doidos por sermos vereadores de oposição, mas não concordamos com as atitudes erradas da administração. Não se trata de sigla partidária, mas de responsabilidade em lutar pelo povo de Parauapebas”.
Bruno Soares (PP)
“O desrespeito do Executivo Municipal começa no fato do prefeito não está presente nessa solenidade. É triste a forma como ele decidiu governar o município, sem um diálogo entre os poderes e sem a participação da comunidade. Neste momento eu posso dizer que esta Câmara tem que tomar um posição. Durante o recesso tivemos uma grande luta no Judiciário, porque o Executivo queria, a âmbito estadual, embargar a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) implantada para investigar a Secretaria da Saúde. Mas não conseguiu calar o nosso direito de fiscalizar. Embora a receita tenha sofrido queda, mês após mês os tributos estão nos cofres públicos. Vimos um contrato de R$ 22 milhões para a implantação do aterro sanitário, pedimos cópias do processo licitatório e até agora não recebemos. Temos que nos unir para resgatar esta cidade, que hoje é um barco a deriva”.
Odilon Rocha de Sanção (SD)
“Tenho andado na zona rural e a situação está calamitosa. A rota escolar só pode ser realizada quando não chove. Espero realmente que a Secretaria de Obras volte a funcionar. O maior investimento do município é o social, é melhorar a condição de vida do povo. O que está acontecendo é culpa do próprio Poder Executivo que não cumpre o seu papel”.
Luzinete Batista (PV)
“Tudo pode ser resolvido com base no diálogo, mas se pudermos conversar, é claro. Não tenho tido acesso ao prefeito. Já fiquei aguardando mais de três horas para falar com ele e não consegui. O povo do município está sofrendo, já se passaram dois governos e ainda não foi solucionado o problema de famílias que ocuparam 187 lotes no Bairro Novo Horizonte, por exemplo. Precisamos trabalhar em conjunto dentro desta Casa, para sanar as mazelas que tem acometido nossa comunidade”.
Maridé Gomes (PSC)
“Seria demagogia da minha parte tentar desfazer o que tem sido falado aqui nesta manhã. Minha consciência funciona, sei quando as coisas não estão dando certo. Hoje, lamentavelmente, eu senti saudade da antiga equipe da Secretaria de Obras, porque não há obras como antigamente. Fico me perguntando porque os trabalhos pararam. Houve uma redução na arrecadação, mas os impostos continuam a ser cobrados. Não sou oposição ao governo, sou base, mas com responsabilidade. Não posso dizer que a administração está acertando vendo a situação da zona rural e urbana. A tarefa não é só do prefeito é também nossa”.
Antônio Chaves – Major da Mactra (PSDB)
“O ano de 2015 vai ser difícil. É ano de paciência e análise, até que as coisas voltem a normalidade. Temos que aprender a conviver com essa realidade, pois o minério é finito. Por isso, desde que entrei no parlamento tenho dito que temos que nos preparar para sobreviver além do minério.
Eu não concordo com tudo o que foi citado aqui. As duplicações foram acertos deste governo, isso diminui muito o índice de acidentes. Dizer que nenhuma obra foi feita não é admissível. O prefeito está fazendo. Há falhas no governo sim, portanto, tem que trabalhar para errar menos. Mas além dos erros existem os acertos”.
Ivanaldo Braz (SD)
“O governo passa por crises, tem que ser reorganizado, pois temos que melhorar. Não estou totalmente satisfeito com o Executivo, mas acredito em um diálogo para modificar a situação. Gostaria de pedir ao chefe de gabinete do prefeito uma reunião com os quinze vereadores, para que possamos alinhar as ações e fazer chegar a ele os pedidos da comunidade”.