Sobe para quatro o número de mortos em explosão de fábrica

A assessoria do Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), em Ananindeua, na Grande Belém, confirmou na manhã desta quarta-feira (15) a morte da quarta vítima de uma explosão em uma fábrica de beneficiamento de castanhas em Belém na última sexta-feira (10). O paciente, de 42 anos, morreu durante a madrugada.

Ainda de acordo com o Metropolitano, outros dois pacientes seguem internados no hospital e apresentam quadro clínico considerado estável.

A caldeira explodiu por volta de 8h da última sexta (10), quando cerca de 100 funcionários trabalhavam na fábrica localizada na rodovia Arthur Bernardes. Pelo menos 10 pessoas ficaram feridas, de acordo com os bombeiros. Elas foram levadas para UPA de Icoaraci e do Paar, e ainda para o Hospital Metropolitano. Com o impacto, o muro e parte de trás da empresa desabou. Parte da caldeira foi parar num posto de gasolina e atingiu 10 carros estacionados. Casas vizinhas também foram atingidas.

Investigações
Segundo a Secretaria de Meio Ambiente (Semma), a empresa não entregou o Plano de Controle Ambiental. “Por isso nós vamos abrir um processo punitivo. Eles não concluíram o processos de licença ambiental, continuaram funcionando e ocorreu o acidente. A empresa pode ser interditada, ter um embargo definitivo, multa ou até apreensão de equipamentos”, explica Derick Martins, secretário de Meio Ambiente.

Uma funcionária denuncia  que a empresa nunca foi fiscalizada, apesar das condições de trabalho. “Já aconteceu um acidente, mas não foi tão feio. A gente fez denúncia, mas ninguém fez nada”, conta.

A Superintendência Regional do Trabalho, que integra o Ministério Público do Trabalho, sequer sabia que o endereço da empresa. “Não existe uma obrigatoriedade que as empresas informem essas mudanças de endereço. Fica muito difícil a gente descobrir para onde as empresas estão indo”, alega Jomar Lima, auditor da Superintendência.

“Todo tempo ela vinha dando problema, ela já estava furada. Eles vinham só fazendo a manutenção e quando chegava para o dono e falava que estava furada, ele não queria saber. Ele dizia que (a caldeira) tinha que funcionar assim mesmo”, relata uma funcionária que preferiu não se identificar.

O caso é investigado pela Delegacia de Meio Ambiente. “Estamos trabalhando na linha de verificação da documentação, se a empresa estava em processo de legalização, e no porquê se deu a explosão”, declarou o delegado Vicente Costa.

“A empresa tem as licenças, tomou as providências, tem toda uma prevenção e obedece as normas trabalhistas e de segurança”, afirma Francisco Maia, advogado da empresa.

O prazo máximo para a conclusão do inquérito pé de 60 dias. Dez pessoas prestaram depoimentos, entre elas, parentes das vítimas e funcionários.