
O vereador Ademirsom Alves Borges “O Chefinho” (PP), denunciou na tribuna da câmara municipal de Canaã dos Carajás na sessão ocorrida no último dia 8 de março, de acordo com a denúncia do Edil, os moradores da VP 12 Chicrim, próximo ao viaduto do ramal ferroviário, que divide o local com a floresta nacional de Carajás, algo em torno de 50 KM do centro de Canaã dos Carajás disseram a ele em visita corriqueira, que depois da chegada da Vale na região o Rio Sossego que era uma fonte de agua cristalina e muitos peixes pra pescar, hoje a situação está deplorável e sobrou apenas uma água de cor avermelhada e não tem mais vida na mesma. Ainda de acordo com o vereador essa agua do rio Sossego desagua no rio Parauapebas e caso as autoridades não tomem providências, logo o rio Parauapebas, também não terá vida.

Depois da denúncia feita na câmara a secretaria de Meio Ambiente de Canaã dos Carajás foi in-loco observar a denúncia dos colonos e do próprio vereador Chefinho. Uma equipe de reportagem do Carajás o Jornal acompanhou esse trabalho da fiscalização do Meio Ambiente, de acordo com o engenheiro ambiental da Semma de Canaã dos Carajás Marcus Vinicius, há um excesso de sedimento carreado pela chuva que deixa na agua uma cor avermelhada, eles visitaram duas ou três propriedades, e constataram o mesmo problema nas aguas do Rio Sossego, “Nós estaremos entrando em contato com o IBAMA e a Vale pra informar que estamos recebendo informações de proprietário da vizinhança, pela coloração do Rio, iremos acionar o Ibama que licenciou a área do projeto S11D é quem deve acompanhar as condicionantes, e se essa coloração for realmente da Vale, ela deve fazer os ajustes do impacto” ressaltou.
Logo após a mobilização da equipe no local, a secretaria de Meio Ambiente enviou uma nota a nossa redação, (As localidades vistoriadas fazem divisa com a floresta Nacional de Carajás e encontra-se na área de influência direta das obras do projeto S11D. Informa que a licença de Instalação do projeto S11D foi emitida pelo Ibama em 2013, e por este motivo está SEMMA estará encaminhando relatório com dados apurados pra que o IBAMA verifique se a turbidez da agua encontra-se acima do previsto para o período chuvoso, e se todas as medidas de contenção de sedimentos foram adotadas durante as obras.

Por último fora informado que o Ibama estará no município de Canaã dos Carajás entre os dias 15 e 17 de Abril de 2015 para a realização de vistoria na área do projeto S11D e verificar os andamentos das obras e o cumprimento das condicionantes da licença de instalação do projeto S11D, incluindo entre os objetos da vistoria a verificação da turbidez da agua do córrego do Sossego e de demais cursos hídricos localizados as proximidades do projeto)
Alguns dos poucos moradores que ainda residem nas áreas de influência do rio Sossego, pediram que não revelassem seus nomes, pois segundo eles, os diretores da Vale que fazem a negociação de compra, não gosta que fazem esse tipo de denúncia, acarretando a dificuldade de negociação, mesmo assim, um deles que mora na região desde 1980 chorou ao dizer que um rio daquele como o Sossego que tinha aguas limpas e cristalinas, hoje estava daquela maneira, turva e sem vida.
A Vale enviou nota de esclarecimento a respeito da denúncia que segue abaixo.
A mudança ocasional de cor nas águas superficiais dos rios é uma característica relacionada ao período chuvoso. Os cursos d’agua da região historicamente apresentam modificações significativas de alteração de cor neste período.
A Vale ressalta que impactos pontuais e temporários no Rio Sossego foram previstos no EIA/RIMA, elaborado durante a fase de licenciamento ambiental do Projeto Ferro Carajás S11D, após a realização de diversas pesquisas e levantamentos. O documento norteou programas mitigadores destes impactos, com a descrição de atividades de monitoramento e controle e de medidas compensatórias, detalhados no Plano Básico Ambiental (PBA) do empreendimento, assim como compensações decorrentes do tipo de atividade a ser desenvolvida pela empresa.

Desde a emissão da Licença de Instalação do S11D, a Vale monitora e adota os mecanismos de controle ambiental definidos no PBA: Programa de Controle e Monitoramento de Processos Erosivos; Programa de Recuperação de Áreas Degradadas; Programa de Monitoramento da Morfologia Fluvial e do Assoreamento dos Cursos d’agua; Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas dos Corpos Receptores; Programa de Gestão da Qualidade dos Efluentes Líquidos e Programa de Gestão do Uso e Abastecimento de Água.
Com relação à fauna aquática, o PBA estabeleceu a implantação do Programa de Monitoramento de Bioindicadores na Floresta Nacional de Carajás e o Programa de Monitoramento das Comunidades Aquáticas, que vem sendo executados conforme as diretrizes aprovadas pelo órgão ambiental federal.
A Vale reitera seu compromisso com o meio ambiente e informa que o Projeto Ferro Carajás S11D apresenta tecnologias e sistemas de gestão que representam uma evolução em projetos de mineração, especialmente na preservação dos recursos hídricos. O beneficiamento à umidade natural possibilitará a redução de 93% do consumo de água em relação ao processo convencional de mineração e eliminará a geração de rejeitos, dispensando a necessidade de uma barragem de contenção.
Além disso, o projeto reutilizará 86% da água captada nas suas instalações.
Por: Carlos Refribom