Vereador Chefinho denuncia Vale por dano ambiental no Rio Sossego

Carlos Refribom

O vereador Ade­mirsom Alves Borges “O Che­finho” (PP), denunciou na tribuna da câmara municipal de Canaã dos Carajás na sessão ocorrida no último dia 8 de março, de acordo com a denúncia do Edil, os moradores da VP 12 Chicrim, próximo ao viaduto do ramal fer­roviário, que divide o local com a floresta na­cional de Carajás, algo em torno de 50 KM do centro de Canaã dos Carajás disseram a ele em visita corriqueira, que depois da chegada da Vale na região o Rio Sossego que era uma fonte de agua cristali­na e muitos peixes pra pescar, hoje a situação está deplorável e sobrou apenas uma água de cor avermelhada e não tem mais vida na mesma. Ainda de acordo com o vereador essa agua do rio Sossego desagua no rio Parauapebas e caso as autoridades não to­mem providências, logo o rio Parauapebas, tam­bém não terá vida.

Águas turvas do inverno passado, praticamente sem vida.

Depois da denúncia feita na câmara a secre­taria de Meio Ambiente de Canaã dos Carajás foi in-loco observar a de­núncia dos colonos e do próprio vereador Chefi­nho. Uma equipe de re­portagem do Carajás o Jornal acompanhou esse trabalho da fiscalização do Meio Ambiente, de acordo com o engenhei­ro ambiental da Semma de Canaã dos Carajás Marcus Vinicius, há um excesso de sedimento carreado pela chuva que deixa na agua uma cor avermelhada, eles visi­taram duas ou três pro­priedades, e constata­ram o mesmo problema nas aguas do Rio Sosse­go, “Nós estaremos en­trando em contato com o IBAMA e a Vale pra informar que estamos recebendo informações de proprietário da vizi­nhança, pela coloração do Rio, iremos acionar o Ibama que licenciou a área do projeto S11D é quem deve acompa­nhar as condicionantes, e se essa coloração for realmente da Vale, ela deve fazer os ajustes do impacto” ressaltou.

Logo após a mobili­zação da equipe no lo­cal, a secretaria de Meio Ambiente enviou uma nota a nossa redação, (As localidades visto­riadas fazem divisa com a floresta Nacional de Carajás e encontra-se na área de influência dire­ta das obras do projeto S11D. Informa que a li­cença de Instalação do projeto S11D foi emiti­da pelo Ibama em 2013, e por este motivo está SEMMA estará encami­nhando relatório com dados apurados pra que o IBAMA verifique se a turbidez da agua encon­tra-se acima do previsto para o período chuvoso, e se todas as medidas de contenção de sedimen­tos foram adotadas du­rante as obras.

A direita o engenheiro Marcus Vinicios e sua equipe da SEMMA.

Por último fora in­formado que o Ibama estará no município de Canaã dos Carajás entre os dias 15 e 17 de Abril de 2015 para a realiza­ção de vistoria na área do projeto S11D e veri­ficar os andamentos das obras e o cumprimento das condicionantes da licença de instalação do projeto S11D, incluin­do entre os objetos da vistoria a verificação da turbidez da agua do córrego do Sossego e de demais cursos hídricos localizados as proximi­dades do projeto)

Alguns dos poucos moradores que ainda residem nas áreas de influência do rio Sos­sego, pediram que não revelassem seus nomes, pois segundo eles, os diretores da Vale que fazem a negociação de compra, não gosta que fazem esse tipo de de­núncia, acarretando a dificuldade de nego­ciação, mesmo assim, um deles que mora na região desde 1980 cho­rou ao dizer que um rio daquele como o Sossego que tinha aguas limpas e cristalinas, hoje estava daquela maneira, turva e sem vida.

A Vale enviou nota de esclarecimento a respei­to da denúncia que se­gue abaixo.

A mudança ocasional de cor nas águas super­ficiais dos rios é uma ca­racterística relacionada ao período chuvoso. Os cursos d’agua da região historicamente apresen­tam modificações signi­ficativas de alteração de cor neste período.

A Vale ressalta que impactos pontuais e temporários no Rio Sos­sego foram previstos no EIA/RIMA, elaborado durante a fase de licen­ciamento ambiental do Projeto Ferro Carajás S11D, após a realização de diversas pesquisas e levantamentos. O do­cumento norteou pro­gramas mitigadores destes impactos, com a descrição de ativida­des de monitoramento e controle e de medidas compensatórias, deta­lhados no Plano Bási­co Ambiental (PBA) do empreendimento, assim como compensações de­correntes do tipo de ati­vidade a ser desenvolvi­da pela empresa.

Vereador Chefinho denunciou na tribuna da Camara.

Desde a emissão da Licença de Instalação do S11D, a Vale monitora e adota os mecanismos de controle ambiental defi­nidos no PBA: Progra­ma de Controle e Moni­toramento de Processos Erosivos; Programa de Recuperação de Áreas Degradadas; Programa de Monitoramento da Morfologia Fluvial e do Assoreamento dos Cur­sos d’agua; Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas dos Corpos Receptores; Programa de Gestão da Qualidade dos Efluentes Líquidos e Programa de Gestão do Uso e Abaste­cimento de Água.

Com relação à fauna aquática, o PBA estabe­leceu a implantação do Programa de Monitora­mento de Bioindicado­res na Floresta Nacional de Carajás e o Programa de Monitoramento das Comunidades Aquáti­cas, que vem sendo exe­cutados conforme as di­retrizes aprovadas pelo órgão ambiental federal.

A Vale reitera seu compromisso com o meio ambiente e infor­ma que o Projeto Ferro Carajás S11D apresenta tecnologias e sistemas de gestão que represen­tam uma evolução em projetos de mineração, especialmente na pre­servação dos recursos hídricos. O beneficia­mento à umidade natu­ral possibilitará a redu­ção de 93% do consumo de água em relação ao processo convencional de mineração e elimina­rá a geração de rejeitos, dispensando a necessi­dade de uma barragem de contenção.

Além disso, o projeto reutilizará 86% da água captada nas suas insta­lações.

 

 Por: Carlos Refribom